Um momento solene do 2º Congresso da ABRAMD – Associação Brasileira Multidisciplinar de Estudos sobre Drogas – foi a palestra do professor Carlini , na cerimônia de encerramento do Congresso. Foi uma apresentação científica e com linguagem técnica, mas extremamente interessante ao abordar o tema sistema canabinóide do cérebro humano, trabalho pelo qual recebeu recentemente prêmio da comunidade científica internacional.
Relatou que quando em 1964 foi encontrado e isolado o tetraidrocanabinol (THC), sequer se conhecia o princípio ativo dessa planta. Tal descoberta deu lugar a dois questionamentos. Primeiro: se existe o THC, uma substância pura que age no cérebro, nele deve existir um receptor programado para recebê-la. Segundo: se esse receptor existe, nós devemos produzir espontaneamente uma espécie de maconha interna para atuar sobre ele.
O passo seguinte foi descobrir que todos os cérebros fabricam uma substância endógena, uma espécie de maconha interna que foi chamada de anandamida, palavra que em sânscrito quer dizer bem-aventurança.
Disso resultou uma série enorme de cogitações científicas. Por exemplo: se todos têm um sistema canabinóide que age no cérebro, será que doenças mentais não poderiam resultar de alterações no funcionamento desse sistema? E o fato do cérebro humano possuir este sistema canabinóide, seguramente abre novas perspectivas quanto aos efeitos terapêuticos do delta – 9 – tetrahidrocannabinol na náusea e vômito, no apetite, na dor e nos sintomas da esclerose múltipla, assim como na depressão.
Edição e postagem Marisa Felicissimo
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