por André Barros
Num sábado ensolarado, ao cair da tarde de uma rara lua cheia, em plena Avenida Vieira Souto, mesmo com duas declarações do guardião da Lei Maior, o Supremo Tribunal Federal, na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental nº 187 e na Ação Direta de Inconstitucionalidade n.4274, dizendo que a Marcha da Maconha está amparada pela Constituição Federal, de repente, sem qualquer razão, o Bope pegou geral.
Ao anoitecer, a Marcha estava linda, quase alcançando o Coqueirão, onde estava programada uma grande festa na areia, quando, subitamente, do nada, sem qualquer motivo, pela contramão, realizando manobra violenta em alta velocidade, chegou a tropa de elite. Quatro caveiras quase deram um cavalo de pau no meio da multidão de dez mil pessoas, em atitude de evidente provocação, planejada para acabar com a Marcha da Maconha. Depois de lançada a primeira bomba, pouquíssimos objetos foram arremessados em reação e, logo em seguida, foram atiradas mais de cem bombas e tiros de balas de borracha de grosso calibre sobre milhares de pessoas, agredindo inclusive quem não estava na Marcha, já que era um sábado de lua cheia e de Viradão Carioca.