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quarta-feira, 27 de julho de 2016

MACONHA: MITOS E FATOS – UMA REVISÃO DAS PROVAS CIENTÍFICAS (MITOS 5 a 20)

Foram chamados de "Mitos" as ideias que circulam na mídia e em livros e textos científicos que serviram de base para a população mundial ter hoje uma compreensão equivocada a respeito da maconha. Os "Fatos" decorrem do estudo de uma extensa coletânea das provas científicas produzidas no século XX e em geral desmentem ou desconstroem cabalmente essas ideias que acabaram por marginalizar e criminalizar a cannabis, uma planta utilizada há milênios pelos seres vivos.

Na primeira postagem estão os textos iniciais e o MITO 1. A segunda postagem contém o MITO 2 "A maconha não tem nenhum valor medicinal", e o MITO 3 "A maconha tem grande poder de causar dependência". A terceira postagem MITOS 4 a 6. E nesta última postagem, os restantes dos capítulos, MITO 5 até MITO 20.

O livro MACONHA: MITOS E FATOS – UMA REVISÃO DAS PROVAS CIENTÍFICAS é fruto de uma parceria entre a Drug Policy Alliance (DPA), que cedeu os direitos autorais, e a Psicotropicus, que traduziu, editou e lançou a obra em 2010.

O livro encontra-se traduzido em uma dezena de línguas e agora pode ser lido em português. Ele será totalmente disponibilizado neste blog e poderá ser livremente utilizado desde que citada a fonte: "Traduzido e editado por Psicotropicus, 2010". (leia nos textos iniciais o Sumário com o título dos 20 MITOS.)

MITO 5

sábado, 23 de julho de 2016

MACONHA: MITOS E FATOS: UMA REVISÃO DAS PROVAS CIENTÍFICAS (MITOS 4, 5 e 6)

Na primeira postagem estão os textos iniciais e o MITO 1. A segunda postagem contém o MITO 2 e 3. Esta postagem contém o MITO 4 "Maconha, drogas pesadas e a teoria da porta de entrada", O MITO 5 "Maconha: leis e punição" e o MITO 6 "Política da maconha na Holanda". Em breve todos os capítulos que faltam serão publicados.

O livro MACONHA: MITOS E FATOS – UMA REVISÃO DAS PROVAS CIENTÍFICAS é fruto de uma parceria entre a Drug Policy Alliance (DPA), que cedeu os direitos autorais, e a Psicotropicus, que traduziu, editou e lançou a obra em 2010.

O livro encontra-se traduzido em uma dezena de línguas e agora pode ser lido em português. Ele está hoje, 27 de julho de 2016, totalmente disponibilizado neste blog e poderá ser livremente utilizado desde que citada a fonte. Após nome do livro e autores, referir: "Traduzido e editado por Psicotropicus, 2010".


MITO 4

A maconha é porta de entrada para outras drogas. Mesmo que a maconha em si não faça muito mal, é uma substância perigosa porque leva ao uso de “drogas mais pesadas”, como a heroína, o LSD e a cocaína.

“O uso de maconha está aumentando... Estas constatações são especialmente alarmantes já que o uso de maconha – a droga mais amplamente usada – muitas vezes leva ao uso de outras drogas mais perigosas.1

“Crianças que usaram maconha têm 85 vezes mais probabilidade de usar cocaína do que as crianças que nunca usaram maconha”2

“Parece que as alterações bioquímicas produzidas no cérebro pela maconha provocam um comportamento de busca e uso de drogas, que em muitas ocasiões levará o usuário a experimentar outras substâncias que causam prazer.”3

“Como o uso de maconha, nocivo como é em si mesmo, é frequentemente um prelúdio para o uso de outras drogas, [é] duplamente desastroso.”4

“Apesar de a maconha não criar tanta dependência e nem ser tão tóxica quanto a cocaína, fumar maconha – ou observar outros fumarem maconha – pode tornar algumas pessoas mais dispostas ao uso de outras drogas.”5

FATO 4

A maconha não leva as pessoas a usar drogas pesadas. O que a teoria da porta de entrada apresenta como explicação causal é uma associação estatística entre drogas comuns e incomuns, uma associação que muda com o tempo, na medida em que a prevalência de diferentes drogas aumenta e diminui. A maconha é a droga ilegal mais popular nos Estados Unidos hoje em dia. Portanto, é provável que pessoas que usaram drogas menos populares, como heroína, cocaína e LSD, também tenham consumido maconha. A maior parte dos usuários de maconha nunca usa qualquer outra droga ilegal. Na realidade, para a grande maioria das pessoas, a maconha é mais uma droga final do que uma porta de entrada.


sexta-feira, 22 de julho de 2016

MACONHA: MITOS E FATOS - UMA REVISÃO DAS PROVAS CIENTÍFICAS (MITO 2 e MITO 3)


Foram chamados de "Mitos" as ideias que circulam na mídia e em livros e textos científicos que serviram de base para a população mundial ter hoje uma compreensão equivocada a respeito da maconha. Os "Fatos" decorrem do estudo de uma extensa coletânea das provas científicas produzidas no século XX e em geral desmentem ou desconstroem cabalmente essas ideias que acabaram por marginalizar e criminalizar a cannabis, uma planta utilizada há milênios pelos seres vivos.

Na primeira postagem estão os textos iniciais e o MITO 1. Esta segunda postagem contém o MITO 2 "A maconha não tem nenhum valor medicinal", e o MITO 3 "A maconha tem grande poder de causar dependência". Em breve todos os capítulos estarão publicados.

O livro MACONHA: MITOS E FATOS – UMA REVISÃO DAS PROVAS CIENTÍFICAS é fruto de uma parceria entre a Drug Policy Alliance (DPA), que cedeu os direitos autorais, e a Psicotropicus, que traduziu, editou e lançou a obra em 2010.

O livro encontra-se traduzido em uma dezena de línguas e agora pode ser lido em português. Ele será totalmente disponibilizado neste blog e poderá ser livremente utilizado desde que citada a fonte. Após nome do livro e autores: "Traduzido e editado por Psicotropicus, 2010".



MITO 2

 A maconha não tem nenhum valor medicinal. Existem drogas mais seguras e eficazes disponíveis. Entre elas, uma versão sintética do THC, principal princípio ativo da maconha, que, nos Estados Unidos, é comercializado com o nome de Marinol.

“Não há provas da eficácia do uso de maconha na quimioterapia. Existem inúmeras drogas alternativas que dispensam qualquer necessidade de empreender pesquisas sobre o assunto.”1

“Fumar maconha não pode ser qualificado como remédio... A maconha como questão médica é uma campanha cuidadosamente orquestrada... por hippies mais velhos, advogados e usuários de maconha que estão pregando uma peça cruel em pessoas doentes e moribundas.”2

“Considerando-se os efeitos conhecidos da maconha sobre a memória de curto prazo, parece provável que ela prejudicaria... a capacidade do paciente de lembrar-se de tomar outros remédios... essenciais.”3

“O lobby em prol da droga explora o sofrimento de pacientes portadores de doenças crônicas... como parte de uma estratégia para legalizar a maconha para uso geral”4

“Não poderia haver pior mensagem para os jovens... Justamente quando a nação está se esforçando ao máximo para ensinar adolescentes a não consumir drogas psicoativas, estão lhes dizendo que a maconha [é um] remédio.”5

FATO 2

Foi demonstrado que a maconha é eficiente na redução dos enjoos provocados pela quimioterapia de pacientes com câncer, estimula o apetite em pacientes com AIDS e reduz a pressão intraocular em pessoas com glaucoma. Existe ainda prova apreciável de que a maconha reduz a espasticidade muscular em pacientes portadores de desordens neurológicas. Pode-se obter uma pílula de THC sintético com receita médica, mas para muitos pacientes não é tão eficaz quanto a maconha fumada. O THC puro pode também produzir maiores efeitos psicoativos colaterais desagradáveis do que a maconha fumada. Atualmente, muitas pessoas usam maconha como medicamento, a despeito da ilegalidade. Ao fazê-lo, estão se arriscando à detenção e prisão.

MACONHA: MITOS E FATOS – UMA REVISÃO DAS PROVAS CIENTÍFICAS (início e Mito 1)

O livro MACONHA: MITOS E FATOS – UMA REVISÃO DAS PROVAS CIENTÍFICAS é fruto de uma parceria entre a Drug Policy Alliance (DPA), que cedeu os direitos autorais, e a Psicotropicus, que traduziu, editou e lançou a obra em 2010.

O livro encontra-se traduzido em uma dezena de línguas e agora pode ser lido em português. Ele será totalmente disponibilizado neste blog e poderá ser livremente utilizado desde que citada a fonte. Após nome do livro e autores, referir: "Traduzido e editado por Psicotropicus, 2010".

Para começar, esta postagem contém a pequena nota abaixo, o Sumário, o Prefácio, Agradecimentos,  Algumas conclusões de estudos sobre a maconha, Introdução, 20 Mitos Sobre a Maconha (os 20 capítulos) e o Mito 1. A Nota do Editor, que vem nesta seção, será atualizada e acrescentada posteriormente. 


MACONHA: MITOS E FATOS – UMA REVISÃO DAS PROVAS CIENTÍFICAS
Título em inglês: Marijuana Myths, Marijuana Facts – A review of the scientific evidence

por Lynn Zimmer e John P. Morgan


Em 1971, a Comissão Nacional sobre Abuso de Maconha e de Drogas (National Commission on Marihuana and Drug Abuse) tentou desmistificar a maconha para desobstruir o caminho para uma política pública mais racional. Quase quarenta anos depois, o que a população compreende sobre os efeitos da maconha entre os usuários e na sociedade continua distorcida por mitos e exageros. Ao apresentar as provas científicas de forma resumida e direta, Maconha: Mitos e Fatos fornece uma valiosa contribuição para um debate público racional. Isso não é pouca coisa, considerando-se que se trata de um assunto que há décadas carrega a marca da irracionalidade.

Richard J. Bonnie, Professor de Direito da University of Virginia School of Law, membro da Comissão Nacional sobre Abuso de Maconha e de Drogas formada pelo Presidente Nixon em 1972 e principal autor do relatório dessa comissão.

NE: Nixon esperava da Comissão subsídios para sua guerra contra a maconha, mas o resultado da pesquisa foi um tiro que saiu pela culatra: ele sumariamente dispensou as provas científicas e jogou o relatório no lixo.


Para Lester Grinspoon