Psicotropicus - Centro Brasileiro de Política de Drogas

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quarta-feira, 23 de fevereiro de 2022

Dá uma olhada nesse blog sobre Política de Drogas e Redução de Danos

Nota do Editor Há algum tempo não publicamos nada no Psicoblog. Entretanto temos postado notícias relevantes em nossa página no Facebook. A ONG Psicotropicus a que este blog está associado, foi pioneira e durante muitos anos a única organização de política de drogas do Brasil. O material aqui contido é uma amostra do nosso trabalho e história. Fomos protagonistas de ações inovadoras no campo político, entre elas um discurso no plenário da CND, em Viena, e ações de Redução de Danos, como o Kit Sniff, para usuários de drogas aspiradas. Nossos patrocinadores incluem Tides, Ford e Open Society Foundations, a Rede Internacional de Usuários de Drogas (INPUD) e o Ministério da Saúde do Brasil, por intermédio do programa de DST/AIDS. Talvez a história da ONG seja um dia transformada em livro, mas, enquanto isso não acontece, sugerimos aos especialistas, acadêmicos e interessados em geral que deem uma olhada no horizonte, ou melhor, neste blog. Caso deseje entrar em contato, procure-nos no Facebook e envie uma mensagem. Caso deseje ajuda pessoal ou de outrem para problemas relacionados ao uso de drogas, procure-nos no Facebook e envie uma mensagem. Ao longo de nossa história, ajudamos milhares de pessoas. Não fizemos mais que nossa obrigação, pois éramos pagos para realizar esse difícil trabalho de estarmos juntos de pessoas que usam drogas de forma desequilibrada ou abusiva, desperdiçando a energia positiva que pode advir desse uso e criando problemas na vida que não necessitariam existir. Obrigado por navegar em nosso Blog. Saudações psicotrópicas, Luiz Paulo Guanabara (fundador e diretor-executivo)

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

SEGUNDO FOLDER CRIADO E LANÇADO PELA PSICOTROPICUS - 4

por Luiz Paulo Guanabara

Em 2003, quando lançamos os dois primeiros folders, não se falava das "droga", era um assunto tabu. Nesta quarta e última página, falamos sobre o que é preciso fazer, apresentamos as informações de contato e respondemos à pergunta da 1a. página. Veja as páginas anteriores em:

1a página: http://psicotropicus-blog.blogspot.com.br/2018/02/segundo-folder-criado-e-lancado-pela_4.html#links
2a página: https://psicotropicus-blog.blogspot.com.br/2018/02/segundo-folder-criado-e-lancado-pela_4.html#links
3a página: http://psicotropicus-blog.blogspot.com.br/2018/02/segundo-folder-criado-e-lancado-pela_5.html#links


4a. página


SEGUNDO FOLDER CRIADO E LANÇADO PELA PSICOTROPICUS - 3

por Luiz Paulo Guanabara

Em 2003, quando lançamos os dois primeiros folders, não se falava das "droga", era um assunto tabu. Nesta terceira página, apresentamos a concepção e características da organização, afirmamos que o fim da proibição de drogas é uma questão de tempo e propomos o início do debate sobre política de drogas, naquela época um assunto desconhecido da população geral, que pensava que a política proibicionista era a maneira correta de lidar com a economia e uso das drogas ilícitas. Veja a 2a página em:



domingo, 4 de fevereiro de 2018


SEGUNDO FOLDER CRIADO E LANÇADO PELA PSICOTROPICUS - 2

por Luiz Paulo Guanabara

Em 2003, quando lançamos os dois primeiros folders, não se falava das "droga", era um assunto tabu. Nesta segunda página, apresentamos argumentos contra a política proibicionista.

Veja a 1a página em:


2a página





SEGUNDO FOLDER CRIADO E LANÇADO PELA PSICOTROPICUS - 1 

por Luiz Paulo Guanabara


A PUBLICAÇÃO ANTERIOR a esta cria o verbete "antiproibicionismo" com duas acepções e duas espécies de rubrica. NESTA, sintetizamos nessas duas acepções.

Além disso, fazemos uma pergunta para levar o leitor a pensar sobre esse sistema inventado de proibição de certas drogas, cujos resultados têm sido catastróficos. Quem estuda as consequências dessa Proibição ('Prohibition', em inglês, referia à proibição de álcool - conhecida como Lei Seca -, a fracassada tentativa de proibir bebidas alcoólicas nos EUA, nos anos 1920) sabe da violência, do aumento da criminalidade e da dificuldade de ações de prevenção à saúde decorrentes dessa política de combate a certas drogas. 

1a página





sábado, 3 de fevereiro de 2018

PRIMEIRO FOLDER CRIADO E LANÇADO PELA PSICOTROPICUS 

por Luiz Paulo Guanabara

(LOGO)


Há cerca de 20 dias foi feita uma série de postagens no FB. Durante os anos de existência da ONG Psicotropicus fizemos muita coisa, nas áreas relacionadas à produção, venda e consumo de substâncias psicoativas ou psicotrópicas. Vamos mostrar esse material aqui no Blog também, enquanto o livro que conta a história do movimento antiproibicionista está sendo germinado. 

A Psicotropicus é agora um coletivo. Foi uma experiência e tanto os 17 anos de sua criação à sua transformação em coletivo, além dos anos anteriores à assembleia de fundação, em 25 de julho de 2003, nos quais a associação já existia virtualmente - e o nome já existia. Nessa época anterior à aprovação do estatuto, como representante da Psicotropicus fui porta voz da primeira marcha da maconha realizada no Brasil e lancei o 1o e o 2o folders, reproduzidos em fotocópia preto e branco. 

Eis aqui esses folders, parte integrante da etapa de inserir o Brasil no movimento internacional para a reforma da política de drogas, 'reform' em inglês, ou movimento antiproibicionista. A palavra "legalize" é mais encontrada no movimento canábico, liderado no mundo pela NORML, assim como a Drug Policy Alliance (DPA) lidera o movimento reform no mundo. 


PRIMEIRO FOLDER - FASE DE INSERÇÃO DO BRASIL NO MOVIMENTO INTERNACIONAL PELA LEGALIZAÇÃO DAS DROGAS

1a. página

antiproibicionismo

n substantivo masculino
1     doutrina que advoga que não é papel do Estado vigiar o que as pessoas fazem ao próprio corpo, muito menos puni-las por isso
2     Rubrica: transtorno social.
       compreensão de que a intromissão do Estado em determinadas áreas da vida pessoal e econômica dos cidadãos é um desrespeito aos direitos humanos e ao direito civil
3     doutrina que advoga a descriminalização do uso de plantas e drogas tornadas proibidas e a sua legalização
4     Rubrica: política fracassada.
       compreensão de que a proibição de determinados produtos desejados pela população promove uma economia marginal que corrompe os mais diversos setores da sociedade, gera mais violência e aumenta a oferta e a demanda desses produtos


 2a. página


Alternativas ao Fracasso das Políticas de Drogas

O Estado exerce hoje o proibicionismo por meio de um suposto controle da produção, venda e consumo de determinadas plantas e substâncias psicotrópicas, chamadas genericamente de a droga: cannabis, cocaína, ópio, metanfetaminas, entre muitas outras. As bebidas alcoólicas também já foram alvo do proibicionismo nos Estados Unidos, durante os anos 20. E como ocorreu naquela década, também hoje o que ocorre é um total e vergonhoso des-controle, cujos problemas permeiam nosso cotidiano:

- violência, corrupção, lavagem de dinheiro
- exclusão, estigmatização, preconceito
- repressão, punições descabidas
- tratamento e educação de qualidade duvidosa
- impureza das substâncias proibidas
- desastrosa erradicação de plantios

O consumo de drogas em si mesmo não fere os direitos dos outros, e um Estado democrático, pluralista, não tem como justificar a proibição de drogas.


3a. página

                     UM TIRO NA TELA

                                          (Luiz Paulo Guanabara)


Emoção intensa ritmo acelerado                   Carros importados assassinos de aluguel
Na grande metrópole andando                       Inferno apocalipse um imenso fogaréu
             apressado                                           Comando Patrulha Comando Pirata
Guerra de gangues guerra civil                      Fuzis metralhadoras a ordem é matar!
X-9 sinistro sangue bom é Brasil                 
                         *                                                                      *
O povo aflito o menor abandonado               Família ameaçada a quadrilha no covil
O tráfico favela rola solto escancarado        Tramas que se cruzam e os
O pobre amedrontado o rico acuado                          bandidos da Civil
Chacina sem piedade, seqüestro                  O rico isolado já não sabe o que fazer
                  na maldade                                    O pobre apavorado já não tem o que comer
                                                                                        
                        *                                                                         *
Policiais bandidos traficantes regalias        Mendigos prostitutas travestis e vadiagem
A selvageria prossegue noite e dia              Bandidos Militar desovando malandragem
PMs receberam informação pelo rádio        A droga rola solta cocaína heroína
Intenso tiroteio salve-se quem puder           Lá vem a viatura o dinheiro vai comprar
                          *                                                                      *
Selvas de pedra barracos no morro             Nervos abalados estresse acentuado
O clima está tenso nas vielas e ruas           Tudo planejado no crime organizado
Borel Acari Vigário Geral                               Cores berrantes desse mundo errante
Sirene luz vermelha bandidos Federal         Um tiro na tela um furo na realidade

                              Um tiro na tela
               Um furo na realidade

OBS: essa poesia é parte da composição de um RAP que foi gravado no dia seguinte à sua criação, parte da trilha sonora da novela da extinta TV Manchete "Guerra sem Fim".


4a. página

O que é preciso fazer?


É preciso que as pessoas se conscientizem das conseqüências da proibição de drogas. Necessitamos de uma política de drogas independente dos Estados Unidos e de sua nefasta Guerra Contra as Drogas.

É preciso uma nova atitude frente às drogas e ter a coragem de experimentar novos caminhos. Chega de insistir numa política cujo custo-benefício é lastimável - como demonstram a intensificação do crime, da corrupção e da violência associados, e o aumento da oferta e da demanda de drogas. Temos de redirecionar os recursos utilizados para o des-controle das drogas da esfera militar e jurídico-policial para o campo da saúde e educação públicas.

Pedimos a imediata e total descriminalização do uso de drogas, a imediata e controlada legalização da cannabis. Pedimos também a progressiva e controlada legalização de todas as plantas e drogas atualmente proibidas.

Você é a favor da Proibição de Drogas? O tráfico é.

Junte-se à Psicotropicus

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         20.021-130, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

tel: (55-21) 22404293
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terça-feira, 7 de novembro de 2017



Dia 26 de junho: data em que o Escritório das Nações Unidas para Drogas e Crime (UNODC, na sigla em inglês) celebra sua política de Guerra às Drogas. 

 Em 2010 fizemos uma manifestação na Praia de Ipanema denunciando essa política que se fundamenta nas três convenções antidrogas (1961, 1971, 1988). 

O UNODC tem um escritório em Brasília, assim como em todos os países da América Latina, com exceção do Uruguai. É sustentado em sua maior parte pelos EUA, que tem enorme interesse em perpetuar sua política repressora, responsável por grande parte da violência armada decorrente do combate às drogas. Para o público, sustentam que estão defendendo as crianças do "flagelo das drogas". 

Mas o verdadeiro interesse por trás dessa política bélica é garantir que os lucros astronômicos do comércio de drogas proibidas entrem nos seus cofres - e nos EUA é muito comum que entrem em delegacias ou nos cofres do DEA -, como também estimular a venda de armamentos para os dois lados: a polícia e os traficantes (comerciantes de drogas proibidas por lei). 

E de tanto contarem mentiras, de tanto justificar a hipocrisia, a população em todo o mundo acredita que as drogas proibidas são de fato maléficas e que a violência da política de Guerra às Drogas é um mal necessário. 

E assim o império americano mantém esse que é mais um tentáculo na dominação de seu quintal, a América Latina. Entre outros absurdos para impor essa política, criminaliza até a planta de coca, um arbusto que os povos andinos utilizam há milhares de anos, cuja comercialização traria tão necessários recursos àquela pobre região.

São inúmeras formas de se aproveitar da hipocrisia da proibição de determinadas drogas: no Brasil e em diversos outros países, políticos e autoridades se aproveitam do medo artificial das drogas para posarem de rigorosos combatentes das drogas. Um exemplo recente é o daquele careca alçado ao STF, que tentou vender a sandice de que acabaria com a maconha no Brasil e na região. 

por Luiz Paulo Guanabara

segunda-feira, 6 de novembro de 2017



CANNABIS

APENAS UMA PLANTA

POR QUE TANTO FUZUÊ POR CAUSA DE UMA SIMPLES PLANTA?

POR QUE INVENTARAM TANTA MENTIRA SOBRE UMA PLANTA?

POR QUE A INDÚSTRIA FARMACÊUTICA INVESTE FORTUNAS CONTRA AS CAMPANHAS DE LEGALIZAÇÃO DE UMA PLANTA?

QUE DIZER DOS CIENTISTAS QUE SÃO PAGOS PARA CRIAR ESTUDOS QUE RESULTAM EM AFIRMAÇÕES "CIENTÍFICAS" SOBRE OS MALEFÍCIOS DESTA PLANTA?

POR QUE A INDÚSTRIA INVESTE TANTA GRANA PARA TENTAR CONVENCER AS PESSOAS QUE A MACONHA É UMA PLANTA "RUIM", TÃO MALÉFICA QUE AS AUTORIDADES DEVEM PROTEGER A POPULAÇÃO DO CONTATO COM ELA?

MUITO ESTRANHO!

(Enquanto isso os países civilizados estão cada vez mais flexíveis quanto a produção, distribuição e consumo da cannabis em suas maios variadas formas e usos...)

por Luiz Paulo Guanabara

quarta-feira, 27 de julho de 2016

MACONHA: MITOS E FATOS – UMA REVISÃO DAS PROVAS CIENTÍFICAS (MITOS 5 a 20)

Foram chamados de "Mitos" as ideias que circulam na mídia e em livros e textos científicos que serviram de base para a população mundial ter hoje uma compreensão equivocada a respeito da maconha. Os "Fatos" decorrem do estudo de uma extensa coletânea das provas científicas produzidas no século XX e em geral desmentem ou desconstroem cabalmente essas ideias que acabaram por marginalizar e criminalizar a cannabis, uma planta utilizada há milênios pelos seres vivos.

Na primeira postagem estão os textos iniciais e o MITO 1. A segunda postagem contém o MITO 2 "A maconha não tem nenhum valor medicinal", e o MITO 3 "A maconha tem grande poder de causar dependência". A terceira postagem MITOS 4 a 6. E nesta última postagem, os restantes dos capítulos, MITO 5 até MITO 20.

O livro MACONHA: MITOS E FATOS – UMA REVISÃO DAS PROVAS CIENTÍFICAS é fruto de uma parceria entre a Drug Policy Alliance (DPA), que cedeu os direitos autorais, e a Psicotropicus, que traduziu, editou e lançou a obra em 2010.

O livro encontra-se traduzido em uma dezena de línguas e agora pode ser lido em português. Ele será totalmente disponibilizado neste blog e poderá ser livremente utilizado desde que citada a fonte: "Traduzido e editado por Psicotropicus, 2010". (leia nos textos iniciais o Sumário com o título dos 20 MITOS.)

MITO 5

sábado, 23 de julho de 2016

MACONHA: MITOS E FATOS: UMA REVISÃO DAS PROVAS CIENTÍFICAS (MITOS 4, 5 e 6)

Na primeira postagem estão os textos iniciais e o MITO 1. A segunda postagem contém o MITO 2 e 3. Esta postagem contém o MITO 4 "Maconha, drogas pesadas e a teoria da porta de entrada", O MITO 5 "Maconha: leis e punição" e o MITO 6 "Política da maconha na Holanda". Em breve todos os capítulos que faltam serão publicados.

O livro MACONHA: MITOS E FATOS – UMA REVISÃO DAS PROVAS CIENTÍFICAS é fruto de uma parceria entre a Drug Policy Alliance (DPA), que cedeu os direitos autorais, e a Psicotropicus, que traduziu, editou e lançou a obra em 2010.

O livro encontra-se traduzido em uma dezena de línguas e agora pode ser lido em português. Ele está hoje, 27 de julho de 2016, totalmente disponibilizado neste blog e poderá ser livremente utilizado desde que citada a fonte. Após nome do livro e autores, referir: "Traduzido e editado por Psicotropicus, 2010".


MITO 4

A maconha é porta de entrada para outras drogas. Mesmo que a maconha em si não faça muito mal, é uma substância perigosa porque leva ao uso de “drogas mais pesadas”, como a heroína, o LSD e a cocaína.

“O uso de maconha está aumentando... Estas constatações são especialmente alarmantes já que o uso de maconha – a droga mais amplamente usada – muitas vezes leva ao uso de outras drogas mais perigosas.1

“Crianças que usaram maconha têm 85 vezes mais probabilidade de usar cocaína do que as crianças que nunca usaram maconha”2

“Parece que as alterações bioquímicas produzidas no cérebro pela maconha provocam um comportamento de busca e uso de drogas, que em muitas ocasiões levará o usuário a experimentar outras substâncias que causam prazer.”3

“Como o uso de maconha, nocivo como é em si mesmo, é frequentemente um prelúdio para o uso de outras drogas, [é] duplamente desastroso.”4

“Apesar de a maconha não criar tanta dependência e nem ser tão tóxica quanto a cocaína, fumar maconha – ou observar outros fumarem maconha – pode tornar algumas pessoas mais dispostas ao uso de outras drogas.”5

FATO 4

A maconha não leva as pessoas a usar drogas pesadas. O que a teoria da porta de entrada apresenta como explicação causal é uma associação estatística entre drogas comuns e incomuns, uma associação que muda com o tempo, na medida em que a prevalência de diferentes drogas aumenta e diminui. A maconha é a droga ilegal mais popular nos Estados Unidos hoje em dia. Portanto, é provável que pessoas que usaram drogas menos populares, como heroína, cocaína e LSD, também tenham consumido maconha. A maior parte dos usuários de maconha nunca usa qualquer outra droga ilegal. Na realidade, para a grande maioria das pessoas, a maconha é mais uma droga final do que uma porta de entrada.