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sexta-feira, 27 de agosto de 2010

A Questão do Combate às Drogas nos EUA e México


Encerrando a primeira mesa de debates, o norte-americano e Mestre em Relações Internacionais Ethan Nadelmann começou sua exposição de forma diferente dos demais. Primeiro ele realizou um pequeno censo demográfico para saber a origem dos presentes no auditório da UFRJ. Logo em seguida, ele pediu desculpas pelos danos que seu país causou ao mundo pela fracassada política de guerra as drogas.

Ao explicar sua posição pessoal Ethan foi direto ao defender a legalização da maconha. “ A melhor política de redução de danos e a regulamentação e tributação do comercio da cannabis. Torço muito para a aprovação da legalização na Califórnia, que será decidida por meio de plebiscito no próximo mês de novembro”, disse.
Ethan lembrou que o governo norte-americano foi o responsável por treinar agentes policiais de mais de 100 países para fortalecer a política proibicionista. “O únicos resultados gerados por essa guerra foram o fortalecimento de organizações criminosas, o aumento da corrupção no meio governamental e o crescimento de casos de violação dos diretos  humanos”, afirma.
A extensa lista de problemas causados pelo criminalização das drogas apresentadas por Ethan Nadelmann ainda apresentou um problema que afeta diretamente os cofres do governo: o exagerado encarceramento da população. Segundo Ethan, 25 % da população de presos do mundo cumpre pena por violar a atual lei de drogas. “Nos Estados Unidos temos 5 % da população mundial e 20% da população encarcerada do planeta”.
Em defesa de Obama
Apesar de lamentar a política repressiva desenvolvida pelos Estados Unidos, Ethan elogiou a atuação do governo Obama e se mostrou compreensível com a demora na apresentação de um plano de mudanças na Lei de Drogas “Mudar uma política que já dura 100 anos é tão difícil como manobrar um transatlântico. É natural que este processo demore muito”, declarou.
Visão e Realidade Mexicana da História
Antes de Ethan acabar com o sono da platéia, Luis Astorga teve a missão de passar os slides mostrando todo histórico do caos mexicano em relação à repressão das drogas. O palestrantes é doutor em Sociologia pela Universidade de Paris I e Pesquisador do Instituto de Investigações Sociais da Universidade Nacional Autônoma do México, além de Coordenador da Cátedra UNESCO “Transformações econômicas e sociais relacionadas com o problema internacional das drogas”.
Luis passou por tópicos como o Marijuana Act, de 1937, que criminalizou a maconha nos EUA e, consequetemente influenciou o país vizinho latino. Ele contou também que o crime organizado por lá se formou completamente indepentende do poder político. Ele, assim como Ethan, fez questão de deixar claro que o EUA foi a principal influência mundial para que a atual política de drogas fosse imposta.
Durante os anos 60, em meio a administração Nixon, México e EUA tiveram inclusive rixas dipolmáticas devido ao fechamento das fronteiras com o objetivo de impedir o contrabando. Toda proibição e confronto é o que influi a atual realidade do povo mexicano e para que o destino mude, Luis postula diversos passos, mas o primeiro é: “Modificar a maneira radical a forma como as drogas são combatidas e vistas pela socieade”.

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