A quarta mesa da Conferência teve por objetivo traçar um Painel de Políticas Sócio-Sanitárias. A sessão foi mediada por Milton Romaní Gerner, psicólogo uruguaio atual Secretário Geral Nacional de Drogas. Além dele, dois outros estrangeiros participaram do encontro: Manuel Cardoso, de Portugal, Membro do Conselho Diretivo do Instituto de Droga e Toxicomania; além dos brasileiros Luciana Boiteux e Pedro Gabriel Delgado.
O intuito da mesa é uma amostragem da realidade particular de cada país em relação às drogas e seu vínculo à política sanitária e de saúde. Começou por Portugal, com a experiência de Manuel Cardoso. “As medidas devem ser o mais próximas possíveis do cidadão. Devemos resolver os problemas do cidadão”, revelou Cardoso como forma utilizada por eles para fazer mudanças significativas e efetivas em Portugal.
Cardoso aconselha que o Brasil faça o mais urgente possível a descriminalização de todas as drogas, mas que poderia começar com a maconha. A dica que o especialista português deu foi comentada pela palestrante seguinte, Luciana Boiteux. “Deveríamos seguir os passos de Portugal, que descriminalizou o uso de drogas. O usuário e identificado como aquele que carrega atá 10 doses diárias”.
A professora mestra e doutora em Direito, Luciana Boiteux, teve participação importante na explicação detalhada da pesquisa sobre crimes e drogas, divulgada no meio deste ano. O discurso deixou claro o quanto a especialista é inconformada com a atual política repressiva que se mostra sobretudo injusta. Luciana ainda reafirmou várias a vezes a necessidade do uso da Redução de Danos que, segundo ela, “deve estar presente em qualquer cartilha do mundo”.
O intuito maior da apresentação de Luciana foi classificar a ação do governo como algo que só “enxuga gelo”. Do ponto de vista da saúde pública, uma outro olhar foi explorado pelo médico Pedro Gabriel Delgado, atualmente coordenador da Área Técnica de Saúde Mental / Álcool e Outras Drogas no Ministério da Saúde, além de professor adjunto da Universidade Federal do Rio de Janeiro. A participação de Delgado tratou principalmente do assunto da dependência química com cunho médico, destacando ainda a necessidade de internação e tratamento de usuários.
Ele propos também uma visão mais cultural sobre os usuários de crack do Rio de Janeiro. “As historias de vidas dos jovens batizados aqui no rio como ‘garotos da cracolândia’ traduzem histórias de pessoas que já são desafiliadas do sistema ha três gerações. Pais, mães e irmãos já se conduziam por caminhos ilegais, de acordo com a lei brasileira”, afirmou.
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