A ideia de que a proibição das drogas é mantida em benefício da população começa a cair quando os reais interesses começam a ser revelados. Pro trás de todo aparato repressivo, existem interesses econômicos de grupos que se aproveitam da força política para lucrar elevadas cifras com um negócio que dificilmente será extinto.
A crise diplomática provoca pelo vazamento de cartas confidenciais no site WikiLeaks também revelam a íntima relação de governantes com o tráfico de drogas. Em 2009, o encarregado de negócio da embaixada norte-americana em Moçambique disse que o país " se tornou a segunda praça africana mais ativa no trânsito de narcóticos", perdendo apenas para Guiné Bissau.
O tráfico de drogas em Moçambique é controlado por duas grandes organizações criminosas chefiadas pelos moçambicanos de origem asiática Mohamed Bachir Suleiman ("MBS") e Ghulam Rassul Moti. Outros documentos divulgados pelo WikiLeaks revelam que "MBS tem laços diretos com o presidente Armando Guebuza e com o ex-presidente Joaquim Chissano". Além disso "Suleiman teria financiado a campanha da Frelimo (o partido do governo) e ajudou significativamente nas campanhas eleitorais" de Guebuza e Chissano.
Outro documento escrito pelo mesmo funcionário da embaixada norte-americana afirma que "a cocaína que chega por avião a Maputo (capital de Moçambique) é procedente do Brasil. O haxixe e a heroína chegam por via marítima do Paquistão e do Afeganistão". As drogas que chegam ao país alimentam o mercado sul-africano e europeu.
O diplomata americano explica que "a administração do porto de Nacala, célebre por permitir a passagem de droga procedente do sudeste asiático, foi entregue recentemente a Celso Correira, presidente executivo da Insitec, uma empresa de fachada comandada por Guebuza (político financiado pelos traficantes locais) ".
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