Os quatro anos de Felipe Calderón na presidência do México carregam o peso o peso de um banho de sangue. E o começo desta história surge logo no primeiro dia de governo de Calderón, quando o mesmo declarou uma "guerra às drogas", que contava com o apoio do então presidente norte-americano George W. Bush. Passados quatro anos, os cartéis continuam resistindo fortemente a ofensiva militar do governo.
No México de um Presidente que resolveu levantar a bandeira desta guerra como um grande projeto de governo, o resultado é mais do que macabro. O balanço divulgado na última quinta-feira revela um saldo de 30 mil mortos em conflitos relacionados às drogas desde 2006, quando Felipe Calderón assumiu a presidência do país.
O promotor-geral do país, Arturo Chavez atribuiu o aumento do número total de mortes aos golpes sofridos pelos cartéis devido às ações do governo, que resultaram na prisão de armas, drogas e bens de traficantes. Mas o promotor despreza o fato de que a repressão em nenhum momento conseguiu reduzir a oferta de drogas, ou mesmo acabar com as quadrilhas.
A cidade de Juárez, que ganhou fama internacional por conta dos conflitos relacionados a guerra às drogas já contabiliza mais de 3000 homicídios no ano de 2010. Juárez faz fronteira com El Paso (EUA) e é palco de diversos enfrentamentos entre cartéis.
O grande projeto de Calderón também resulta em problema para diversos setores da economia mexicana. Entre 2006 e 2009 o setor de turismo aponta para uma queda de 50% no número de pessoas que visitam o país. Para este ano, as projeções indicam uma redução ainda maior.
A guerra às drogas do atual governo também ataca a liberdade de imprensa, que já chegou a negociar com narcotraficantes a publicação de algumas notícias. De acordo com o Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) Conta-se mais de 30 profissionais de comunicação mortos ou desaparecidos durante o governo Calderón. Em 90% dos casos envolvendo ataques a jornalistas ou veículos de comunicação os responsáveis escapam sem nenhuma punição.
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