O projeto de descriminalização - e futuramente de legalização - das drogas ainda precisa enfrentar um poderoso adversário: a opinião popular. No Brasil, o cenário é bem diferente da daquele encontrado na Califórnia, onde 46% da população votou a favor da legalização da maconha no Estado.
Uma pesquisa realizada pelo instituto Vox Populi após as eleições deste ano revelou a força do pensamento conservador na sociedade brasileira. Na consulta feita em todo país como 2.200 pessoas, 87% afirmaram ser contra a descriminalização do uso de drogas. O Nordeste lidera o ranking de rejeição com 93% dos entrevistados se posicionando contra a medida.
A proposta de mudança na Lei de Drogas é fortemente rejeitada entre todos os setores da sociedade, independente de idade, escolaridade, religião ou preferência política. Para 72% o governo não deveria nem levar a frente este tipo de projeto.
A força do conservadorismo também foi revelada com uma forte oposição a descriminalização do aborto (82% são contra), o casamento homossexual, com oposição de 60% dos entrevistados, A regulamentação da adoção de crianças por casais homossexuais conta com a oposição de 61% dos entrevistados.
A pesquisa realizada pelo Vox Populi encomendada do portal IG também questionou sobre qual deve ser a prioridade do governo Dilma Rousseff, que começa no mês de janeiro. A saúde ficou em primeiro lugar, com 41%, seguido pela geração de empregos, citada por 24% dos entrevistados.
Apesar da forte rejeição popular, a temática das drogas promete ser agitada dentro da esfera pública. O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, afirmou em entrevista a Folha de São Paulo que vai levar à presidente eleita, Dilma Rousseff, a ideia de defender em fóruns internacionais "uma discussão" sobre a legalização das drogas leves em escala global.
A declaração de Cabral foi feita após a ocupação da Vila Cruzeiro e do Complexo do Alemão por forças policiais e militares, acabando com o domínio territorial de traficantes de drogas. Para o Governador, a repressão às drogas mata inocentes e demanda um gasto que poderia ser aplicado em outras áreas. Cabral ainda sugeriu que o projeto de descriminalização começasse pela maconha.
3 comentários:
o povo brasileiro é contra as drogas ,mais vive enchendo a cara de alcool e anti depressivos,é contra o aborto ,mais não olha pelas crianças de 10 a 14 anos engravidando( que chega ser sorte perto das doenças que elas podem pegar.)e são contra o casamento gay, mais acham normal ter outros relacionamento fora do casamento.
a gente tem que aprender que o mundo não é feito só para nós. viva a diferença com igualdade.
paz. KBLO
Na verdade perguntar a nossa população se ela é contra ou a favor da legalização das drogas nao revela nada. É o mesmo que perguntar, por exemplo, se a politica de cambio do pais deve ou nao ser mudada. Drogas é um assunto tao complicado quanto cambio. Esses sei lá 80% que rejeitam as drogas tornadas ilicitas e mudanças na lei nao entendem nada do assunto - que é uma matéria complicadíssima. Do mesmo jeito que a quase totalidade deles - e eu tambem - nao temos embasamento para omitir uma opiniao informada sobre politica de cambio, eles nao têm a menor noção sobre o que involve a questão das drogas ilícitas. A opiniao desses 87% nao tem nenhum valor.
Falso moralismo. Nada além disso.
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