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Rio de Janeiro, RJ, Brazil

segunda-feira, 30 de abril de 2012

Repressão ao uso de drogas em comunidades com UPP

Inaugurada há duas semanas, a UPP da Fazendinha (no Complexo do Alemão) registrou no último domingo o primeiro incidente violento. E não se trata de um conflito entre policiais e traficantes resistentes ao programa de pacificação.

A vítima foi Evandro Luciano de Oliveira, de 15 anos, baleado com um tiro que atingiu as costas e perfurou o peito do adolescente. Ele está internado no Hospital Salgado Filho, no Méier, e não corre risco de morrer. Seu quadro de saúde é estável.

Em entrevista ao jornal O Globo a irmã do menino, que pediu para não ser identificada, conta que ele saiu para comprar frutar em uma quitanda dentro da comunidade e foi baleado quando policiais teriam atirado na direção de um grupo que estava próximo ao seu irmão.

Outras testemunhas revelam que o local é um ponto tradicional de uso de drogas e que polícia fez uso da arma de fogo para dispersar os usuários. "No meio do caminho os policiais saíram de um beco, começaram a dar tiros em cima das pessoas que estavam usando droga, e acertaram um tiro nele" disse uma testemunha que não quis se identificar.

O caso ainda precisa ser esclarecido, mas deixa claro que existe um despreparo da tropa da UPP para lidar com a questão das drogas dentro da comunidade. O tráfico fortemente armado pode ter sumido, mas certamente os usuários continuam lá e vão continuar consumindo as drogas ilícitas em uma proporção que não é muito diferente de qualquer bairro do asfalto.

Atirar contra usuários de drogas faz parte do plano de pacificação?

2 comentários:

João Pedro C. V. Pádua disse...

Cada vez mais as UPPs se mostram mais uma jogada de marketing político do que uma política pública. Como pode a unidade de polícia PACIFICADORA dar tiros nas costas das pessoas?

Anônimo disse...

Nao ha como contestar a afirmação do colega acima, e ressaltar que em qualquer regime de governo decente o superior desses policiais covardes teria de dar explicação para essa violencia inexplicavel e inadmissivel de seus comandados.