A ideia de que a criminalização das drogas não leva em conta o verdadeiro risco das substâncias ilícitas ganhou mais um respaldo científico. Nesta segunda-feira o periódico médico Lancet divulgou uma pesquisa realizada pelo Comitê Científico Independente sobre Drogas. Liderado pelo ex-consultor governamental David Nutt, o estudo classificou o álcool como a droga mais perigosa da Grã-Bretanha, à frente até do crack e da cocaína.
No estudo realizado pela equipe de Nutt, que foi demitido no ano passado após fazer declarações contra a política antidrogas do governo inglês, as drogas foram classificadas pelos seus danos individuais, que vão desde a morte, danos mentais, perda dos relacionamentos e pelos danos que podem provocar às outras pessoas. A pontuação vai de zero (inofensivo) até 100 (mais perigoso).
No ranking geral, o álcool ficou em primeiro lugar, com 72 pontos, a heroína obteve 55 pontos, o crack 54, a cocaína ficou com 27, a maconha 20, o ecstasy e os anabolizantes com nove e os cogumelos alucinógenos com cinco.
Se levados em conta apenas os danos individuais, as drogas mais perigosas são o crack, a heroína e metanfetamina. A mais danosa a terceiros foi o álcool, seguida pela heroína e o crack. Pelo sistema britânico de classificação atual, o ecstasy é considerado uma droga classe A, tão perigoso quanto metanfetamina.
“Nossas conclusões dão suporte a outros trabalhos, realizados no Reino Unido e na Holanda, que afirmam que o atual sistema de classificação das drogas tem pouca relação com as evidências de danos que cada uma causa", diz o estudo.
A classificação do ecstasy como uma das drogas menos perigosas teria sido o estopim para a demissão de David Nutt. Quando trabalhava para o governo o pesquisador afirmou que andar de cavalo era mais perigoso que ingerir ecstasy.
Clique aqui e confira a íntegra da pesquisa divulgada nesta segunda-feira. Para ter acesso ao conteúdo é preciso cadastra-se no site (em inglês).
Um comentário:
Muito bom o site,bem informativo,continuem assim...Paz!...Leonardo de minas gerais...
Postar um comentário