Pesquisadores da USP de Ribeirão Preto apresentaram um novo método para identificação do uso de drogas durante a gravidez. O novo teste é feito a partir da análise do análise do mecônio (primeiras fezes do recém-nascido), e pode revelar sobre o uso de cocaína e crack a partir da 12ª semana de gestação.
Os exames atuais, que são feitos com o sangue do bebê, conseguem identificar o uso de drogas no prazo de apenas quatro dias antes do parto. “O mecônio acumula, a partir do quarto mês, todas as substâncias que a mãe ingere e passa para o bebê”, explica o professor da USP Bruno Spinoza de Martins.
O exame é feito a partir de uma amostra do mecônio, que é colocada num tubo e centrifugada para separar a parte líquida da sólida. Esta última é misturada com um solvente e depois colocada em um aparelho chamado cromatoforo, que separa e detecta as substâncias químicas em diversas amostras. A quantidade de cada substância é transformada em um gráfico no computador. Todo processo é feito em torno de cinco horas.
O primeiro teste foi realizado em 20 bebês nascidos no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto. Das seis mães que afirmaram ter consumido alguma droga durante a gravidez, o exame foi positivo em quatro casos, sendo três por uso de cocaína e um por crack. E mesmo entre aquelas que negaram ter consumido alguma droga durante a gravidez, o resultado foi positivo para o uso de cocaína em outros três casos.
O novo teste já foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e, após a publicação em revistas científicas, poderá ser implantado por prefeituras e pelos governos estadual ou federal.
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