Psicotropicus - Centro Brasileiro de Política de Drogas

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terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Segundo Folder da Psicotropicus, fevereiro de 2004

 por Luiz Paulo Guanabara

Este segundo folder remove as rubricas do primeiro e mantém duas acepções para o verbete "antiproibicionismo"

 O texto fala do princípio de lesividade do direito penal que se levado a sério tornaria inconstitucional a criminalização de pessoas que usam drogas cuja venda é proibida. Essa relatividade legislativa põe em cheque a noção de justiça como uma meta nobre a ser alcançada, deixando aberta a porta para a falta de ética no manejo das questões judiciais. Sem falar na falta de bom senso e da falta de discernimento sobre a inexistência de crime em uma pessoa que carrega consigo uma quantidade de maconha ou cocaína ou cristais de MDMA (ecstasy), ou qualquer outra droga, que mostram como questões referentes à produção, comércio e uso de drogas nunca deveriam ser tratadas no âmbito da justiça criminal e da polícia.

Este folder e o anterior, do qual este se pretendeu seu aperfeiçoamento, foram montados para caber numa folha A4, fotocopiados e dobrados ao meio.


























É óbvio que as drogas devem ser controladas, vc não quer que as pessoas tomem pílulas ou cheirem pós que vão deixá-las mal. Vc não quer ver seus amigos passando mal na noite ou vomitando na rua. Como não quer ver as drogas controladas por criminosos que, pelo lucro maior, não se incomodarão com a qualidade e segurança ao consumidor do produto. O governo tem de querer controlar as drogas e encontrar com a sociedade civil um meio de fazer isso.

Sobre drogas reguladas, difícil discordar da necessidade de estabelecer regras que permitam resolver o que a ONU chama de "problema mundial das drogas". A sociedade deseja estabelecer um convívio harmonioso entre os indivíduos e as drogas, já que estas sempre existiram e sempre existirão.

Aos poucos as mensagens contidas neste folder e no anterior começaram a ganhar espaço na sociedade, as pessoas começaram a debater e o tabu das drogas começou a deixar entrever pelo seu véu. Mais pessoas começavam a enxergar a óbvia falta de bom senso em interferir no comércio de determinadas plantas e drogas, produtos que as pessoas desejavam adquirir e continuarão adquirindo, independente de haver leis e proibições.

A terceira frase reflete uma preocupação que tínhamos à época, o recrudescimento exponencial da violência decorrente do combate à droga como motor da mudança, da legalização das drogas.



























Ignorância em política de drogas: tanto a direita quanto a esquerda são proibicionistas.
























FOLDER EM INGLÊS

1st page
























2nd page
























4th page
























Below the third page of the folder, a wonderful version of the poem that is also the lyrics of the Hip Hop song "Um Tiro na Tela", part of the soundtrack of the soap opera "Guerra sem Fim",  TV Manchete, 1984. The RAP was composed by Luiz Paulo Guanabara. The version was created by Phil Smith (stopthedrugwar.com).

A SHOT ON THE SCREEN 
                                            (Luiz Paulo Guanabara)


Feeling tweaked, moving twitchy                              Hired guns in hiding riding flashy fancy cars
Walking right through this fucking big city              Apocalyptic hell burning ever more bizarre
Gangs war, civil war                                                   Red Command, Third Command
Snitching narcs, harmless heads,                              AKs and Uzis, its killing they demand!
              this is Brazil
                         *                                                                                              *
The fucked over people, the kid left behind            The menaced families, the gang on the beat
The dope market open non-stop day and night      Thugs flash their badges as conspiracies meet
The poor are scared while the rich                           Now the poor guy on the street doesn't have
                      hide confined                                                                a thing to eat
Merciless butchery, insidious kidnapping               And the rich one full of fear doesn’t go out 
                                                                                                              for a beer 
                        *                                                                                                *
Crooked bunch of cops, pushers and privilege      Beggars and whores, transvestites and bums
The savagery goes on 24-7                                       Military thugs disposing of the scum
The MPs just heard it again on the radio                 Cocaine and heroine they're selling retail
Intense firefight, run for your life                              Here comes the squad car, it's just for sale
                          *                                                                                               *
Shacks on the hill, jumbled jungles of stones        Stress too intense, nerves seems so shaky
The air is thick in the alleys and streets                  The mob plans it all every detail makes it
Borel, Acari, hundreds of slums                               Striking colors in this stumbling world
Sirens, red lights, it’s the Federal scum                  A shot on the screen a bullet in reality

                                  A shot on the screen
                       A bullet in reality


OBS: esta matéria contém novas referências ao relato sobre como a Psicotropicus inseriu o Brasil no Movimento Internacional pela Reforma da Política de Drogas - ou Movimento Antiproibicionista.

publicado neste Blog por: Luiz Paulo Guanabara


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