Na primeira postagem estão os textos iniciais e o MITO 1. A segunda postagem contém o MITO 2 e 3. Esta postagem contém o MITO 4 "Maconha, drogas pesadas e a teoria da porta de entrada", O MITO 5 "Maconha: leis e punição" e o MITO 6 "Política da maconha na Holanda". Em breve todos os capítulos que faltam serão publicados.
O livro MACONHA: MITOS E FATOS – UMA REVISÃO DAS PROVAS CIENTÍFICAS é fruto de uma parceria entre a Drug Policy Alliance (DPA), que cedeu os direitos autorais, e a Psicotropicus, que traduziu, editou e lançou a obra em 2010.
O livro encontra-se traduzido em uma dezena de línguas e agora pode ser lido em português. Ele está hoje, 27 de julho de 2016, totalmente disponibilizado neste blog e poderá ser livremente utilizado desde que citada a fonte. Após nome do livro e autores, referir: "Traduzido e editado por Psicotropicus, 2010".
MITO 4
A maconha é porta de entrada
para outras drogas. Mesmo que a maconha em si não faça muito mal, é uma
substância perigosa porque leva ao uso de “drogas mais pesadas”, como a
heroína, o LSD e a cocaína.
“O uso de maconha está aumentando... Estas constatações são
especialmente alarmantes já que o uso de maconha – a droga mais amplamente usada –
muitas vezes leva ao uso de outras drogas mais perigosas.”1
“Crianças que usaram maconha têm 85 vezes
mais probabilidade de usar cocaína do que as crianças que nunca usaram maconha”2
“Parece que as alterações bioquímicas
produzidas no cérebro pela maconha provocam um comportamento de busca e uso de
drogas, que em muitas ocasiões levará o usuário a experimentar outras
substâncias que causam prazer.”3
“Como o uso de maconha, nocivo como é em si
mesmo, é frequentemente um prelúdio para o uso de outras drogas, [é] duplamente
desastroso.”4
“Apesar de a maconha não criar tanta
dependência e nem ser tão tóxica quanto a cocaína, fumar maconha – ou observar
outros fumarem maconha – pode tornar algumas
pessoas mais dispostas ao uso de outras drogas.”5
FATO 4
A maconha não leva as
pessoas a usar drogas pesadas.
O que a teoria da porta de entrada apresenta
como explicação causal é uma associação estatística entre drogas comuns e
incomuns, uma associação que muda com o tempo, na medida em que a prevalência
de diferentes drogas aumenta e diminui. A maconha é a droga ilegal mais popular
nos Estados Unidos hoje em dia. Portanto, é provável que pessoas que usaram
drogas menos populares, como heroína, cocaína e LSD, também tenham consumido
maconha. A maior parte dos usuários de maconha nunca usa qualquer outra droga
ilegal. Na realidade, para a grande maioria das pessoas, a maconha é mais uma
droga final do que uma porta de
entrada.
4
Maconha,
drogas pesadas e a teoria da porta de entrada
Os proponentes
da teoria da porta de entrada, anteriormente conhecida como “hipótese do
trampolim”, sustentam que, mesmo que a maconha por si só não seja muito perigosa,
ela leva as pessoas a usar outras drogas mais perigosas.6 Na década
de 1950, dizia-se que a maconha era porta de entrada para a heroína,7
e na década de 1960, porta de entrada para o LSD.8 Atualmente,
discute-se principalmente a maconha como porta de entrada para a cocaína.9
Pessoas que usam cocaína, uma droga
relativamente impopular, provavelmente já
usaram a droga mais popular, a maconha. Os usuários de maconha também são mais
suscetíveis do que os não-usuários a ter tido alguma experiência anterior com
drogas legais, como álcool, fumo e cafeína.10 Álcool, tabaco e
cafeína não levam as pessoas a usar maconha. A maconha não leva as pessoas a
usar heroína, LSD ou cocaína.
A relação entre a maconha e outras drogas
varia de uma sociedade para outra.11 Nos Estados Unidos, a relação
varia entre faixas etárias e substâncias,12 e de um grupo social
para outro.13 Com o tempo, na medida em que uma droga em especial
tem sua popularidade aumentada ou diminuída, sua relação com a maconha se
altera. Enquanto o consumo de maconha aumentava nas décadas de 1960 e 1970, o
consumo de heroína declinava. Nos últimos vinte anos, enquanto os índices da
maconha flutuavam, os índices de LSD permaneciam constantes. A cocaína
tornou-se popular no início da década de 1980, quando o consumo de maconha
estava em declínio; mais tarde, tanto o uso de maconha quanto de cocaína
declinaram. Recentemente, o consumo de maconha aumentou, enquanto o consumo de
cocaína continuou em declínio.14
A Figura 4-1 ilustra a alteração na relação entre
o consumo de maconha e o consumo de cocaína ao longo do tempo. No auge da
popularidade da cocaína em 1986, 33 por cento dos estudantes do último ano do ensino
médio que haviam usado maconha, também tinham
experimentado cocaína. Em 1995, somente 14 por cento de usuários de maconha tinham
experimentado cocaína. Mesmo quando usuários de maconha experimentam cocaína,
não se tornam necessariamente usuários regulares. Na realidade, isso acontece
com muito poucas pessoas. Tal como demonstrado na figura 4-2, dos 72 milhões de
americanos que usaram maconha, cerca de 20 milhões experimentaram cocaína.
Desses 20 milhões, cerca de 30 por cento usaram cocaína apenas uma ou duas
vezes. Somente 17 por ento usou cocaína mais de cem vezes. Em outras palavras,
para cada cem pessoas que usaram maconha, só
uma é atualmente usuária regular de cocaína.
FIGURA
4-1
PROPORÇÃO DE USUÁRIOS DE MACONHA QUE
EXPERIMENTARAM
COCAÍNA PELO MENOS UMA VEZ
Estudantes do último ano do ensino médio, 1975-1996
Porcentagem
35-30-25-20-15-10


Com base nos dados
do National Survey Results on Drug Use
retirados do The Monitoring the Future
Study, 1975-1996 (National Institute
on Drug Abuse).
A probabilidade
de experimentar cocaína não é distribuída igualmente entre a população de usuários de maconha. Adolescentes que usam
maconha ocasionalmente, e não usam outras drogas ilícitas além da maconha, têm
pouca probabilidade de vir a experimentar cocaína algum dia. Com certeza, a
maioria dos adolescentes que experimenta maconha nunca se torna um usuário
regular. Em 1994, entre jovens entre 12 e 17 anos que tinham experimentado
maconha, 60 por cento usaram menos de 12
vezes e cerca de 40 por cento, somente uma ou duas vezes.15
Estudos demonstram que a maioria dos adolescentes que
experimenta cocaína teve muitas experiências
anteriores com drogas. A maior parte começou usando álcool e maconha quando
eram mais novos do que seus amigos, e a maioria continua a consumir álcool e
maconha com frequência.16 A maioria também experimentou diversas
outras drogas ilícitas antes de experimentar cocaína.17 Um estudo
focado em adultos que tinham sido usuários de maconha no ensino médio descobriu que mais de 80 por cento dos que eventualmente
experimentaram cocaína já eram usuários de múltiplas drogas. Usavam álcool,
tabaco e maconha regularmente e tinham experimentado também estimulantes,
sedativos e psicodélicos.18
Poucos adolescentes se tornam logo usuários de
múltiplas drogas, e os que o fazem diferem de seus pares de várias maneiras. Têm
mais probabilidade de ser pobres, de viver em bairros onde prevalece o consumo
de drogas ilícitas e de ter problemas psicológicos. Têm menos probabilidade de
vir de lares estáveis e de ser bons alunos.19 A maior parte dos
usuários de múltiplas drogas se envolve numa série de atividades desviantes e
delinquentes antes de consumir drogas legais ou ilegais.20 Em outras
palavras, entre a população geral de usuários adolescentes de maconha existe
uma minoria desviante que se torna usuária de múltiplas drogas.
Um relatório realizado pelo Center on Addiction and Substance Abuse
(CASA, na sigla em inglês) defende que usuários adolescentes de maconha são 85 vezes mais
suscetíveis de usar cocaína do que os não-usuários.21 O cálculo do CASA se baseia em dados de 1991
sobre prevalência de maconha e cocaína. Para chegar ao “fator de risco” de 85
vezes, o CASA dividiu a proporção de usuários de maconha que nunca tinham
experimentado cocaína (17 por cento) pela proporção
de usuários de cocaína que nunca tinham fumado maconha (0,2 por cento). O
“fator de risco” é alto não em função de tantos usuários de maconha
experimentarem cocaína, mas porque muito poucas pessoas usam cocaína sem antes
terem experimentado maconha.
FIGURA 4-2
MUITO POUCOS USUÁRIOS
DE MACONHA TORNAM-SE USUÁRIOS REGULARES DE COCAINA
Para cada 100
pessoas que experimentaram maconha...
28
experimentaram cocaína
12 usaram
cocaína 12 ou mais vezes
5 usaram
cocaína mais de 100 vezes
1 usa cocaína atualmente uma vez por semana ou mais
(à direita)
72 milhões de
americanos experimentaram maconha
20 milhões de
americanos experimentaram cocaína
0,7 milhões
de americanos são usuários regulares de cocaína
Com
base em dados do National Household
Survey on Drug Abuse: Population Estimates 1994, Rockville, MD: U.S. Department of Health and Human
Services (1995); National Household
Survey on Drug Abuse: Main Findings 1994,
Rockville, MD: U.S. Department of Health and Human Services (1996).
Estudos recentes com animais que revelam que o THC aumenta
a disponibilidade de dopamina no “substrato de prazer-recompensa” do cérebro22
são utilizados para reivindicar que a maconha
“prepara” o cérebro para a heroína e a cocaína,23 drogas que também
afetam a disponibilidade de dopamina nesse sistema. Outros pesquisadores não
conseguiram encontrar o efeito dopaminérgico a partir do THC.24
Primordialmente, não existem estudos que demonstrem que animais “preparados”
com injeções de THC tenham sua vontade de autoadministrar heroína ou cocaína
aumentada. Depois de injeções de THC, os animais nem mesmo administram THC em
si mesmos. Em suma, explicações farmacológicas para um efeito porta de entrada
a partir da maconha não têm fundamento.
No final, a teoria da porta de entrada não é
teoria nenhuma. É uma descrição da sequência típica em que usuários de
múltiplas drogas iniciam o consumo de drogas de alta e de baixa prevalência.
Uma relação estatística similar existe entre outros tipos de atividades comuns
e incomuns relacionadas. Por exemplo, a maioria das pessoas que andam de
motocicleta (uma atividade menos comum) andaram de bicicleta (uma atividade
bastante comum). Certamente, a prevalência de andar de motocicleta entre
pessoas que nunca andaram de bicicleta é provavelmente extremamente baixa.
Entretanto, andar de bicicleta não leva a andar de motocicleta, e andar mais de
bicicleta não levará automaticamente a andar mais de moto. Tampouco um consumo
maior de maconha levará automaticamente a um consumo maior de cocaína ou de outras
drogas.
MITO 5
Os delitos
relacionados à maconha não são punidos com severidade. Poucos infratores da
lei que proíbe a maconha são detidos e quase ninguém é preso. Esse tratamento
permissivo é responsável pela contínua disponibilidade e consumo de maconha.
“A aplicação da lei da maconha tornou-se
por demais indulgente... Os que infringem essa lei devem estar sujeitos a ser
detidos e encarcerados com maior frequência.”1
“O tratamento permissivo possibilitou aos
criminosos usar e traficar maconha impunimente.” 2
“Precisa haver consequências sérias para
quem polui nossos jovens com maconha. Se pararmos para pensar, não estamos
fazendo um bom trabalho.”3
“Em primeiro lugar, foi por causa da
maconha que este país tem agora este problema [de drogas]... A posse de menos
de uma onça (28,35 g) de maconha... [é
frequentemente] classificada como uma infração menor... Acredito que isso seja
permissividade demais.”4
“Está na hora de pegar pesado com quem
vende maconha a nossos cidadãos mais vulneráveis – os jovens... Não há dúvida de que devemos ser tão severos com quem
vende maconha como somos com os traficantes de heroína e cocaína.”5
FATO 5
As prisões por posse ou uso
de maconha nos Estados Unidos dobraram entre 1991 e 1995. Em 1995, mais de meio milhão de pessoas foram detidas por delitos
relacionados à maconha. Oitenta e seis por cento delas foram detidas por posse de
maconha. Dezenas de milhares de pessoas estão atualmente detidas por delitos
relacionados com a maconha. Um número ainda maior é punido com liberdade
vigiada, multas e sanções civis, inclusive o sequestro de bens, a revogação da
carteira de motorista e a demissão do emprego. A despeito dessas sanções civis
e criminais, continua sendo muito fácil comprar maconha, que continua a ser
amplamente utilizada.
5
Maconha: leis e punição
Em 1972, a Commissão Shafer nomeada pelo Presidente Nixon
concluiu que, para os usuários de maconha, o prejuízo de uma prisão era
significativamente maior do que o prejuízo causado pelo consumo de maconha.
Recomendou que as leis federais e estaduais fossem alteradas para acabar com as
penalidades criminais por “posse de maconha para uso pessoal” e “distribuição
casual de pequenas quantidades sem remuneração, ou remuneração insignificante,
sem envolver lucro.”6 Em 1982, um relatório da National Academy of
Sciences sobre a maconha também concluiu que abordagens da justiça criminal
eram inadequadas e prejudiciais. Recomendou não só que a posse de maconha fosse
descriminalizada, mas que os legisladores pensassem seriamente em criar um
sistema de distribuição e venda regulamentada.7
Desde o relatório da Comissão Shafer de 1972, dez milhões de pessoas foram detidas por
crimes envolvendo maconha nos Estados Unidos. Agentes federais – do DEA, do
FBI, da Alfândega, do Serviço Florestal e
do Parque Nacional – se concentram principalmente nos plantadores,
distribuidores e grandes atacadistas.8 Por exemplo, em 1994, cerca
de dois terços dos violadores das leis antidrogas sentenciados em tribunais
federais possuíam 90 gramas ou mais de maconha.9
Essas detenções federais significam somente
uma fração das detenções por maconha nos Estados Unidos – menos de 5 por cento.
Nos níveis estaduais e locais, onde ocorre a maior parte das detenções, a
grande maioria é por simples posse, não por cultivo, tráfico ou venda. Um
recorde absoluto aconteceu em 1995, quando policiais estaduais e municipais
detiveram aproximadamente 589.000 pessoas por delitos relacionados com a
maconha. A maioria – 86 por cento – foi detida por posse de maconha (ver Tabela
5-1). Devido a acordos entre os promotores e os réus, é possível que algumas
pessoas condenadas por posse de
maconha estivessem vendendo uma parte da maconha. Entretanto, a maior parte das
pessoas detidas por posse de maconha
são usuárias, que carregavam pequenas quantidades para uso pessoal.
O aumento das prisões por maconha ocorreu em
nível nacional. Na Geórgia, de 1990 a 1995, as prisões por maconha dobraram de
cerca de 9.000 para 18.000. As detenções de jovens envolvidos com maconha
aumentaram de menos de 4 por cento do total em 1990 para cerca de 13 por cento
em 1995.10 No Wisconsin, 12.408 pessoas foram detidas por posse de
maconha em 1996 – mais que o dobro do que em 1992.11 Na cidade de
Nova York, as detenções por fumar maconha em locais públicos aumentaram de
cerca de 6.000 em 1992 para mais de 14.000 em 1994.12
As minorias étnicas estão desproporcionalmente
representadas entre os presos por maconha. Apesar de negros e hispânicos
constituírem aproximadamente 20 por cento dos usuários de maconha nos Estados
Unidos,13 representaram 58 por cento dos sentenciados pela lei
federal em 1995.14 No Illinois, 57 por cento dos presos por delitos
envolvendo maconha eram negros ou hispânicos.15 Na Califórnia, 49
por cento dos detidos por causa de maconha eram negros ou hispânicos.16 Em
1995, no Estado de Nova York, 71 por cento dos presos por posse de maconha não
eram brancos.17
TABELA 5-1
DETENÇÕES
POR MACONHA NOS Estados Unidos
NÍVEIS
LOCAL E ESTADUAL, 1970-1995
Total de
prisões
|
por cento Posse
|
|
1970:
|
188.903
|
*
|
1971:
|
225.828
|
*
|
1972:
|
292.179
|
*
|
1973:
|
420.700
|
*
|
1974:
|
445.600
|
*
|
1975:
|
416.100
|
*
|
1976:
|
441,100
|
*
|
1977:
|
457.600
|
86%
|
1978:
|
445.800
|
86%
|
1979:
|
391.600
|
87%
|
1980:
|
401.982
|
84%
|
1981:
|
400.329
|
86%
|
1982:
|
452.244
|
85%
|
1983:
|
403.454
|
83%
|
1984:
|
415.831
|
82%
|
1985:
|
451.138
|
81%
|
1986:
|
361.779
|
82%
|
1987:
|
378.709
|
83%
|
1988:
|
391.612
|
83%
|
1989:
|
398.977
|
79%
|
1990:
|
327.860
|
80%
|
1991:
|
283.700
|
79%
|
1992:
|
340.890
|
79%
|
1993:
|
380.399
|
82%
|
1994:
|
481.098
|
84%
|
1995:
|
588.963
|
86%
|
*Dados não disponíveis
Fonte: Uniform Crime Reports,
1970-1995 (Federal Bureau of Investigation).
As penalidades por crimes envolvendo maconha variam. Em dez
estados, a posse de pequenas quantidades (geralmente menos que uma onça – 28,35
gramas) é punível com multa. Em outros estados, é possível a prisão, apesar de
a liberdade vigiada e multas serem aplicadas com frequência. De acordo com a
lei federal, a posse de só um baseado (ou menos) de maconha é punível com uma
multa que vai de mil a dez mil dólares e até um ano de prisão – a mesma pena
que a posse de pequenas quantidades de
heroína, cocaína em pó e crack. As
penas de prisão estaduais pela posse de algumas onças ou mais de maconha variam
de seis meses em alguns estados a prisão perpétua em outros.
As penas por venda de maconha também variam de
estado para estado. Dez estados têm a pena máxima de cinco anos ou menos e onze
estados, de trinta anos ou mais. Segundo a lei federal e em seis estados,
importadores e traficantes de maconha podem ser punidos com a prisão perpétua.
Em alguns estados, o cultivo de alguns arbustos de maconha para uso próprio é
punido com a mesma severidade que o tráfico e a venda em larga escala.18
Não tem havido compilação sistemática dos
índices de prisão por delitos envolvendo maconha nos Estados Unidos. Entretanto,
dados do sistema penitenciário federal e de diversos estados indicam que um
número considerável de infratores das leis da maconha estão sendo encarcerados.
A tendência é de aumento do encarceramento, não só pela venda da maconha, mas
também pela posse. Por exemplo:
• Desde
1990, cerca de 3.677 pessoas detidas com maconha foram encarceradas todos os
anos em prisões federais. Já na década de 1980, ocorrerram cerca de 1.900
condenações por ano, e cerca de 1.200 por ano na década de 1970.19
Em função de uma média atual de sentenças de cerca de quatro anos, nada menos
do que 16.000 detidos por maconha podem estar agora em prisões federais, abrangendo aproximadamente 17 por cento
da população carcerária federal.20
•
No Michigan, em 1995,
22 por cento dos sentenciados por delitos relacionados com a maconha foram aprisionados.21 No
mesmo ano, no Estado de Nova York, 34 por cento das pessoas condenadas por
esses mesmos delitos também tiveram esse destino.22
•
No Texas, 33 por cento
dos condenados por posse de maconha foram presos. Uma proporção ligeiramente
maior de vendedores e distribuidores (43 por cento) foram encarcerados, e
metade deles possuía duas onças (56,69 gramas) ou menos de maconha no momento
da prisão.23
•
Na Geórgia, onde as
detenções envolvendo maconha dobraram desde 1990, cerca de 400 detidos com
maconha foram enviados para prisão em 1995, mais da metade deles por posse.24
•
Na Califórnia, das
mais de 1.500 pessoas atualmente presas por delitos envolvendo maconha, metade
foi condenada por posse.25 De acordo com a lei das “three strikes” da Califórnia [lei
estadual dos Estados Unidos que determina que réus recorrentes de três ou mais
delitos graves sejam presos], mais pessoas foram presas por posse de maconha do
que pelo total de crimes violentos combinados.26
•
Além das dezenas de
milhares de prisioneiros condenados a um ou mais anos em prisões estaduais e
federais, dezenas de milhares de detidos com maconha cumprem sentenças de menos
de um ano em prisões locais em todo o país.
Os detidos com maconha que conseguem evitar o
encarceramento são muitas vezes punidos com liberdade vigiada, serviços
comunitários ou multas que podem chegar até a 10 milhões de dólares.27
Os tribunais podem ainda negar aos réus o acesso a benefícios estaduais e
federais, inclusive bolsas de estudo, empréstimos para microempresas, subsídios
agrícolas, licenças de trabalho e empréstimos, contratos
e patrocínios federais.28 Mais da metade dos estados promulgou leis
sobre “tenha um baseado, perca sua carteira de motorista”. Diferentemente das
leis sobre dirigir intoxicado, que relacionam a perda do direito de dirigir com
a direção prejudicada, essas leis revogam automaticamente a habilitação de
todas as pessoas condenadas por qualquer delito que envolva maconha, mesmo que
não tenha relação com o ato de dirigir.29
A detenção por delito de maconha já é por si
só uma forma de punição. Depois da detenção, as pessoas podem ficar horas ou
dias na prisão aguardando a primeira audiência no tribunal. Uma detenção pode
ser custosa – não só pelos honorários advocatícios, mas, para alguns, pelo
salário perdido devido à falta no trabalho.30 Em algumas partes do
país, a polícia notifica os empregadores sobre as pessoas que foram aprendidas.
Como resultado, o funcionário pode ser demitido.31 Para aqueles que
estão sob liberdade vigiada ou em condicional devido a um crime cometido, a
detenção envolvendo maconha pode resultar em sua prisão imediata.32
Para pessoas que vivem em condomínios públicos, a detenção de qualquer membro
da família por delitos envolvendo drogas pode causar o despejo de toda a família – mesmo que nunca ocorra a condenação
criminal.33 Pelo menos 21 legislaturas estaduais promulgaram leis
que exigem que o portador de drogas ilegais pague uma multa no momento da
prisão. O imposto sobre uma simples onça de maconha vai de 100 a 2.800 dólares
e para quantidades maiores, o imposto aumenta exponencialmente.34
De acordo com a lei estadual e federal, a mera
investigação de um delito de maconha pode resultar em confisco de propriedade,
inclusive dinheiro, veículos, barcos, terrenos
e casas.35 Funcionários do governo sequestram residências por causa
de alguns arbustos de maconha plantados no local. Confiscam veículos usados para comprar ou transportar pequenas
quantidades de maconha. Em alguns lugares, a polícia faz operações
secretas, vendendo drogas a clientes com o propósito
de confiscar seus carros.36
Uma vez sequestrada a propriedade de um
suspeito infrator da lei antidrogas, o governo pode mantê-la, mesmo que nunca
sejam formalizadas as acusações criminais. Há meios legais por meio dos quais
os proprietários inocentes podem pleitear a restituição de seus bens, mas os
processos consomem tempo e dinheiro. E por ocorrerem
dentro da justiça cível em vez da criminal, não existe presunção de inocência –
o que significa que o cidadão precisa provar
que é inocente para conseguir reaver seus bens.37 Mesmo a absolvição
formal das acusações criminais não garante que os bens sequestrados serão
devolvidos ao seu dono. Por exemplo, um cidadão do
Kentucky, absolvido de uma acusação de cultivo de maconha, permaneceu com sua
fazenda de 37 acres confiscada pelo estado até concordar em pagar 12.500
dólares de custas processuais.38 De 1992 a 1995, só o DEA sequestrou mais de 217 milhões de
dólares em bens relacionados
a presumidos delitos por maconha.39 Os pequenos infratores
são frequentemente o alvo. Em 1992, por exemplo, o valor médio de residências
sequestradas por policiais do Michigan ficou abaixo de 16.000 dólares,40
indicando que os proprietários não eram pessoas que tinham enriquecido com o
plantio ou venda de maconha.
Cada vez mais empresas, escolas e agências de
serviço social impõem sanções civis ao consumo de maconha – o que pode ocorrer
substitutiva ou cumulativamente a penalidades criminais. No local de trabalho,
onde programas de teste de urina são comuns, os candidatos a emprego, cujos
testes antidrogas são positivos geralmente não são aceitos. Funcionários que tenham resultado positivo podem ser despedidos sem
prova de uso de drogas no trabalho ou de desempenho prejudicado.41
Na verdade, como os metabolitos inertes da maconha podem ser detectados dias ou
semanas após o consumo, os programas de detecção de drogas detectam
principalmente usuários de maconha, muitos dos quais consomem maconha apenas
ocasionalmente.42 Escolas públicas e privadas monitoram o consumo de
maconha entre estudantes, e podem impor uma variedade de sanções, incluindo
exclusão das atividades extracurriculares, suspensão ou expulsão.43
Em alguns estados, usuários de drogas ficam sem assistência médica e benefícios
sociais,44 e podem ser expulsos de abrigos do governo.45
Não existem provas de que esse escalonamento de penas tenha reduzido a
disponibilidade ou o consumo de maconha. Desde 1975,
pesquisas com estudantes do ensino médio indicam pouca mudança no índice sobre
a facilidade de se obter maconha, tendo variado apenas de 83 para 90 por cento.46
Ao longo do tempo, não houve relação detectável entre os índices de consumo de
maconha e o nível de repressão ou severidade da punição. Desde 1990, apesar do
aumento das sanções civis e criminais – foram registrados os mais altos índices
da história americana de detenção e reclusão por delitos de maconha – o uso de
maconha por adolescentes tem aumentado,47 e o uso de maconha por
adultos permaneceu constante.48
MITO 6
A política para a maconha na Holanda é um fracasso. A lei holandesa, que
permite a compra, venda e consumo aberto de maconha, resultou em índices
crescentes de consumo de maconha, especialmente entre jovens.
“Experiências estrangeiras com... a
permissividade falharam. Na Holanda, o consumo de maconha entre adolescentes
aumentou 250 por cento.”1
“Na Holanda, qualquer pessoa com mais de 15
anos de idade pode comprar maconha com a mesma facilidade quanto [compra]
variados... sabores de sorvete. Os defensores dessa política ignoram o aumento
de 250 por cento no consumo de maconha por adolescentes.”2
“A Holanda tem uma atitude tolerante com a
maconha e o haxixe. Visitei os parques e praças. Os jovens andam por ali como
zumbis.”3
“A Holanda tem o índice de criminalidade
mais alto da Europa e a criminalidade aumentou na medida em que aumentou o
número de coffee shops e de usuários de
drogas.”4
FATO 6
A política de drogas da Holanda é a menos punitiva da
Europa. Há mais de vinte anos,
cidadãos holandeses acima de dezoito anos têm permissão para comprar e consumir
cannabis (maconha e haxixe) nos coffee shops regulamentados pelo
governo. Essa política não provocou um consumo dramaticamente intensificado da
cannabis. Para a maioria das faixas etárias, os índices de uso de maconha na
Holanda são similares aos dos Estados Unidos. Entretanto, para jovens
adolescentes, os índices de uso de maconha são mais baixos na Holanda do que
nos Estados Unidos. A esmagadora maioria do povo holandês aprova a atual
política para a cannabis, que procura
normalizar mais do que dramatizar o uso da maconha. O governo
holandês ocasionalmente revê a política em vigor, mas permanece comprometido
com a descriminalização.
6
A
política da maconha na Holanda
Na década de 1970, os Estados
Unidos e alguns outros países reduziram as penas para os delitos de maconha. Em
alguns lugares, as penalidades criminais para a posse pessoal foram totalmente
eliminadas. Uma segunda onda de reforma da lei
da maconha está ocorrendo atualmente na Europa e na Austrália.5 Na
vanguarda, durante a década de 1970 e hoje em dia, está a Holanda. Seguindo as
recomendações de duas comissões nacionais, em 1976, o parlamento holandês
descriminalizou a posse e a venda a varejo da cannabis. Já antes dessa data a
polícia quase não prendia pessoas por posse ou vendas de pequenas quantidades.6
Embora não legalizando oficialmente a maconha, a lei de 1976 permitiu que o
governo holandês criasse um conjunto de diretrizes segundo as quais os coffee shops poderiam vender maconha e haxixe
sem temer uma ação penal.
As diretrizes para os coffee shops
alteraram um pouco com o tempo e variam ligeiramente de uma comunidade para
outra. As regras básicas atualmente em vigor incluem interdição da publicidade,
idade mínima de dezoito anos para poder comprar, e um limite de cinco gramas
para transações individuais. A venda de qualquer outra droga ilícita nas
instalações é estritamente proibida, e é motivo para imediato fechamento dos coffee
shops. Funcionários locais do governo podem limitar o número de coffee
shops concentrados em uma área, e fechar o estabelecimento se este causar
desordem pública. Existem atualmente na Holanda mais de mil coffee shops
onde adultos podem comprar maconha e haxixe para consumirem ali ou levar para
consumo posterior.7
A decisão dos legisladores holandeses de
permitir a venda e o uso regulados da cannabis baseou-se em diversas
considerações práticas.8 Ao permitir que a maconha fosse vendida em
recinto fechado em vez de nas ruas, o governo holandês buscava melhorar a ordem
pública. Ao separar o mercado de varejo da maconha do mercado de varejo de
“drogas pesadas”, buscava reduzir a probabilidade de usuários de maconha serem
expostos à heroína e à cocaína. Propiciando um ambiente não desviante,
normalizado, no qual a cannabis poderia ser consumida, almejava diminuir a
utilização da droga como um símbolo de rebeldia juvenil. Autoridades holandesas
não acreditam muito na capacidade de a lei criminal impedir as pessoas de
consumir maconha. Temem que a detenção e a punição de usuários de maconha –
especialmente jovens usuários – possa aliená-los das principais instituições e
valores da sociedade.
Esses princípios de normalização também
orientam a abordagem holandesa para educação e prevenção de drogas. Os
programas são especificamente projetados para serem informais e minimalistas,
para evitar provocar o interesse dos jovens nas drogas. Não existem campanhas
antidrogas na mídia de massa e programas escolares não utilizam táticas
amedrontadoras ou mensagens moralistas do tipo “apenas diga não”. Pelo
contrário, no contexto da educação geral em saúde, os jovens na Holanda recebem
informações sobre drogas e avisos de precaução sobre seus perigos potenciais.9
Em folhetos distribuidos nos coffee shops, os usuários de cannabis são
aconselhados a ser “sensíveis e responsáveis.”10
TABELA 6-1
PORCENTAGEM
DE PESSOAS QUE JÁ USARAM MACONHA
Estados
Unidos
|
Holanda
|
|
População
total
|
31,11
|
28,52
|
Jovens
adultos
|
47,33
|
45,54
|
Adolescentes
mais velhos
|
38,25
|
29,56
|
Adolescentes
mais jovens
|
13,57
|
7,28
|
1 População dos Estados Unidos, de 12 anos para cima (National
Household Survey on Drug Abuse: Population Estimates 1994).
2 Habitantes de Amsterdam, acima de 12 anos
(Sandwijk, J.P. et al., Licit and Illicit Drug Use in Amsterdam II, 1994).
3 Idades entre 18 e 34 anos (ver nota 1
acima).
4 Idades entre 20 e 34 anos (ver nota 2
acima).
5 Estudantes da 12ª série, média dos dados
de 1992, 1993 e 1994 (The Monitoringthe Future Study, 1975-1994).
6 Idades entre 16 e 19 anos, média de dados
de pesquisa de 1994 em Amsterdam (ver nota 2 acima) e pesquisa nacional escolar
de 1992 (De Zwart, W.M. et al., Key Data: Smoking, Drinking, Drug Use and
Gambling Among Pupils Aged 10 Years and Older, Netherlands Institute on
Alcohol and Drugs).
7 Estudantes da 8ª série, média de dados de
1992, 1993 e 1994 (ver nota 5 acima).
8 Idades entre 12 e 15 anos, média de dados
de 1994 de Amsterdam (ver nota 2 acima) e dados nacionais de 1992 (ver nota 6
acima).
Essa
política pragmática para a cannabis não resultou em uma explosão de consumo de
maconha. Durante a década de 1970, o consumo de maconha aumentou na Holanda,11
assim como nos Estados Unidos. Atualmente, tal como demonstrado na tabela 6-1,
os índices de prevalência da maconha nos Estados Unidos e na Holanda são
similares para a maioria das faixas etárias. Entretanto, entre jovens
adolescentes, o uso de maconha é menor na Holanda – cerca de 7 por cento
comparados com cerca de 13 por cento nos Estados Unidos. Uma pesquisa de dados de 1994 na
cidade de Amsterdam, onde a maconha está mais disponível do que em quase todos
os outros lugares do mundo, constatou que a idade média de iniciação ao uso de
cannabis era de vinte anos,12
comparada a uma idade média de iniciação nos Estados Unidos de 16,3 anos.13
Nos últimos anos, o uso de maconha aumentou na
Holanda, assim como nos Estados Unidos e em outros países do Ocidente.14
Com base em pesquisas entre estudantes
holandeses em 1984, 1988 e 1992, críticos americanos da política holandesa
afirmam que as políticas permissivas provocaram um aumento de 250 por cento do
consumo de maconha. Entretanto, como novas técnicas de amostragem foram
adotadas em 1992, os pesquisadores holandeses que conduziram o estudo
aconselham cautela quanto a essa interpretação.15 Outra
pesquisa conduzida em Amsterdam não constatou aumento no consumo de cannabis
entre os jovens entre 1987 e 1994.16
A prevalência da cannabis na Holanda atualmente é similar à de outros países
europeus, inclusive aqueles que têm políticas de proibição muito mais severas.17
Na Holanda, um número inferior de adolescentes
do que nos Estados Unidos usa outras drogas ilegais. Em 1994, somente 0,3 por
cento de jovens entre 12 e 19 anos em Amsterdam haviam experimentado cocaína.18
O índice nos Estados Unidos entre jovens entre 12 e 17 anos foi de 1,7 por
cento.19 A maior parte dos usuários de cocaína na Holanda, assim
como nos Estados Unidos, tinha tido uma experiência anterior com a cannabis.
Todavia, atualmente, jovens usuários holandeses de cannabis, que cresceram sob
a égide de políticas liberais, têm menos probabilidade de experimentar cocaína
do que usuários holandeses mais velhos tiveram.20 Isto talvez possa
ser creditado ao sucesso da Holanda em separar socialmente a cannabis das “drogas pesadas”, assim
como separar seu varejo.21 Segundo um relatório recente do governo:
“Se jovens adultos desejam usar drogas leves –
e a experiência demonstra que muitos o fazem – eles não deveriam... [estar]
expostos à subcultura criminal que cerca as drogas pesadas. A tolerância de um
acesso relativamente fácil a quantidades de drogas leves para uso pessoal tem o
objetivo de manter separados os mercados de drogas leves das pesadas, criando,
desse modo, uma barreira social para a transição de drogas leves para as
pesadas.”22
Apesar de na Holanda existirem pessoas que se
opõem à atual política da cannabis,23
ela tem amplo apoio público e político. Isto se dá porque, por todas as
medições objetivas dos dados, alcançou a intenção de seus criadores. Sem
ameaçar os cidadãos com sanções criminais, os índices de prevalência da maconha
na Holanda são semelhantes aos dos Estados Unidos onde, em comparação, desde
1970 mais de dez milhões de pessoas foram detidas por violações da lei
antidrogas (ver Capítulo 5).
A distribuição de cannabis por atacado ainda é ilegal na Holanda. Em consequência,
os coffee shops obtêm cannabis de
organizações criminosas do mesmo tipo que existem em países de proibição
estrita. Autoridades holandesas já debateram a legalização total como a solução
para o problema.24 Entretanto, atualmente, a oposição de governos
proibicionistas em outros países25 e as exigências dos tratados
internacionais tornam politicamente impossível para a Holanda legalizar
formalmente a cannabis.26
Recentemente, em resposta a reclamações de
líderes políticos de países vizinhos, o governo holandês reduziu a quantidade
de maconha que os coffee shops podem vender para uma pessoa. Isso foi
feito para desencorajar os estrangeiros de vir à Holanda comprar maconha para
revendê-las fora de suas fronteiras.27 Essa mudança não significa
que o apoio holandês para a descriminalização esteja diminuindo. A polícia,
funcionários da saúde pública e representantes de todos os principais partidos
políticos mantêm um firme compromisso com as reformas iniciadas na década de
1970.28 Essas políticas se baseavam em pareceres de peritos de que a
cannabis, apesar de não ser inteiramente segura, apresentava “um risco
aceitável” para os usuários e a sociedade.29 Desde então, foram
conduzidos milhares de estudos adicionais sobre os efeitos da maconha. Levando
em consideração essas constatações, um relatório de 1995 do governo holandês
concluiu que nenhuma grande alteração na política da cannabis era recomendável:
“A cannabis não é muito
tóxica fisicamente... Ela afeta principalmente o humor, a consciência e a
memória, e seu efeito depende da quantidade consumida... Não ocorrem nem
overdoses fatais, nem dependência física... O consumo de cannabis gera menos agressividade do
que o consumo de álcool e, com certeza, não é um passo automático no caminho
para o consumo de drogas pesadas... Tudo o que sabemos agora... nos leva à
conclusão de que os riscos do consumo de cannabis
não podem ser descritos como “inaceitáveis.”30
publicado aqui por Luiz Paulo Guanabara
publicado aqui por Luiz Paulo Guanabara
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