Enquanto a classe política discute propostas como a internação compulsória para usuários de drogas o Conselho Federal de Psicologia foi a campo investigar a qualidade do atendimento oferecido nas ditas clínicas de reabilitação ou comunidades terapêuticas.
O resultado da da 4ª Inspeção Nacional de Direitos Humanos em Locais de Internação para Usuários de Drogas é um documento de 196 páginas de leitura obrigatória para todos que trabalham com política de drogas. O documento expõe com nome e endereço as clínicas que comentem abusos contra os internos. As atrocidades mais comuns são o "isolamento, proibição de falar ao telefone com parentes, trabalho não remunerado e punições físicas e psicológicas para atos de desobediência."
Também chama atenção o grande número de casos de intolerância ou imposição religiosa praticadas por clínicas comandadas por igrejas. Na clínica Gratidão, em Bragança Paulista, um interno de orientação espírita teve seu livro de Alan Kardec queimado. Na casa do Pai, em Boa Vista (RR) os internos "só podem ouvir músicas consideradas edificantes (evangélicas) e e a homossexualidade é um problema espiritual".
Na conclusão do relatório o Conselho Federal de Psicologia aponta que "a assistência que vem sendo ofertada, na maioria desses lugares, fundamenta-se em princípios que contrariam os pressupostos que orientam as políticas públicas, a saber: o respeito à cidadania dos usuários."
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