Um dos males mais perversos do proibicionismo é a precarização das práticas de consumo das drogas ilícitas. No Reino Unido uma pesquisa revelou que 11% das notas de dinheiro em circulação contém traços de cocaína. Em 2005 esta mesma pesquisa encontrou resquícios da droga em 4% das cédulas.
A reportagem publicada no jornal The Guardian afirma que a pesquisa sustenta ainda mais a tese de que o consumo de cocaína no Reino Unido é o mais elevado do continente europeu, sendo superior aos índices de países como Estados Unidos e Austrália.
Não é necessário ser um especialista em saúde pública para saber que as notas de dinheiro estão longe de ter o grau de higiene necessário para o consumo de cocaína. A gravidade é ainda maior se cédula for compartilhada com outros usuários, já que aumenta o risco de contaminação por Hepatite C.
No Brasil a Psicotropicus atua com campanhas de redução de danos voltadas exclusivamente para usuários de cocaína. O Kit Sniff é canudo de silicone destinado ao consumo da droga que é distribuído gratuitamente e vem acompanhado de uma cartilha informativa sobre os riscos de compartilhamento do mesmo.
"Em um primeiro momento as campanhas de redução de danos era pautadas quase que exclusivamente na distribuição de seringas. Entretanto, o consumo de cocaína no Brasil é majoritariamente feito na forma aspirada”, afirmou Luiz Paulo Guanabara, diretor executivo da Psicotropicus.
O que muitos proibicionistas podem acusar de ser um incentivo ao uso cocaína na verdade é uma importante estratégia de redução de danos. Não se trata de incentivar uso, e sim torná-lo mais higiênico e menos nocivo a saúde do usuário.
“A posição da Psicotropicus em relação ao uso de cocaína hoje em dia é fortemente favorável ao boicote dessa substancia pela população, entendendo que seus benefícios não podem ser usufruídos pelo entrave à pesquisa dos usos medicinais da planta de coca. A produção e comércio de cocaína são extremamente prejudiciais ao meio-ambiente e segurança pública do modo que é feito hoje. Para agradar as narinas e sistema nervoso das populações ricas da América do Norte e da Europa, os países andinos e os países de trânsito, como o Brasil, pagam um preço altíssimo traduzidos em violência e corrupção e violação de direitos humanos. Por isso, somos favoráveis a que os povos de todas as nacionalidades boicotem a cocaína. Usando o chavão, é politicamente incorreto comprar cocaína no regime proibicionista”, declara Guanabara.
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