por Luiz Paulo Guanabara
Entre Paris e Budapeste, 9 de julho de 2011
Já aconteceu um monte de imprevistos nessa viagem e estou no avião que está me levando de Paris a Budapeste, meu primeiro destino, onde participarei do curso de verão Política de Drogas e Direitos Humanos, na Universidade da Europa Central. O curso terá duração de duas semanas.
Depois de preencher todo um longo formulário que incluiu uma Declaração de Propósito e Proposta de Curso, e ganhar a bolsa, comprei há mais de dois meses com meu agente de viagens uma passagem com a Air France para Budapeste. Recebi o e-ticket por e-mail e não conferi datas, tudo tinha sido acertado por telefone: eu viajaria ontem, 8 de julho, para chegar no dia seguinte, sábado, e ir me adaptando ao con-fuso horário e ao local, antes do começo das aulas, na segunda. Pois bem, ao chegar no check in da Air France, descobri que minha ida estava marcada para o dia 7! Puta que o pariu! E a moça no balcão da companhia disse que não podia me colocar nem na lista de espera porque o avião estava lotado. Não adiantou nem argumentar que do mesmo jeito que eu não apareci na véspera, o mesmo poderia acontecer com algum passageiro. É a tal falta de mão de obra qualificada, hoje tão comentada no Brasil. Além disso, só tinha lugar no dia 11, e ainda teria de pagar um adicional.
Liguei para a Denise, minha mulher, que me disse algo do tipo: “Porra, você tem de viajar hoje ou no máximo amanhã de qualquer maneira. Vai pegar muito mal você chegar com três dias de atraso! Procura outra companhia.” Talvez na TAM, me disseram. Apareceu um carrinho que me levou ao Terminal 2 e sorte!, um lugar até Paris e, de lá, Malev - Linhas Aéreas da Hungria. Depois da conexão em Paris, dentro do avião da Malev, estava me preparando para tomar meu assento quando um sujeito me perguntou - primeiro numa língua incompreensível (húngaro) e depois em inglês -, se eu podia trocar com ele, pois queria ficar junto da família. Perguntei se era no corredor, onde sempre viajo, e ele disse: “É na executiva, mais comida!” Então estou aqui sentado na primeira fila do avião, na janela, com o notebook na mesinha, e não tem ninguém do meu lado. E ainda ganhei o Le Monde, The Economist, Financial Times e uma preciosidade, o semanal The Budapest Times, que traz no alto um Aviso de Onda de Calor: “As autoridades alertaram nível máximo em todo país, desde sexta-feira, com temperaturas que podem passar dos 35 graus.”
O céu está aberto e sem nuvens, com uma meia lua fabulosa. Lá embaixo aquelas formas geométricas de cores verdes variadas da planície, separadas por sulcos de terra. Nunca entendi essa variação de verdes, coisas agrícolas certamente.
Budapeste, 10 de julho
Quando estava começando a ver o Danúbio serpenteando pela planície, o comissário anunciou a descida e pediu pra desligar os eletrônicos. Budapeste é linda de cima, com suas pontes sobre o rio, cercada de bosques e com poucos prédios altos.
Amanhã começa o curso e pretendo relatar, se não todo dia, pelo menos de 2 em 2 dias. Fique ligado na informação que será enviada, inclusive a bibliografia.
Foto: da janela do meu quarto no centro residencial da universidade
4 comentários:
Viajei!! Muito bom poder viajar com vc para Budapeste!! :>)
Texto extremamente convidativo.
Bom curso!
Mande notícias... Fiquei fã.
Bj
Espero que possa aprender muito por lá e trazer para cá... Estamos precisando demais da aplicação de uma Política de Drogas coerente com o Sujeito e com os seus Direitos! Boa Viagem...
bj
É! Uma delícia ler seus registros. Bom curso!
Obrigado! A aula que estou assistindo agora é sobre crianças e drogas, a convençao da ONU sobre direitos da criança e seu comitê. Outros relatos nos próximos dias. Saudaçoes psicotropicais
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