por Luiz Paulo Guanabara
Hoje, 25/07/2013, respondi ao email enviado ontem por um amigo preocupado com as declarações do Papa sobre as drogas: "Ele nao sabe nada, hoje em dia todo mundo tem suas opiniões sobre a questao, mas muito poucos passam da superficie e enxergam os componentes básicos da atual política de drogas antiproibicionista, que geram violência, corrupção e miséria em todo o mundo.
A palavra droga nao tem mais sentido, ou melhor, seu sentido é diferente para cada indivíduo. Se a pessoa nao compreende isso, se não compreende que ao falar de drogas está também falando de álcool e tabaco, todo o resto do seu discurso é uma distorção que, saindo da boca de um papa carismatico, pode aprofundar a ilusao.
A palavra traficante também tem de ser muito bem conceituada, pois tb gera muitas distorções".
Sobre esse assunto, o Growroom publicou hoje a seguinte matéria:
Especialistas acreditam que papa se equivoca ao condenar a legalização na America Latina
Durante sua visita ao Brasil, o Papa Francisco criticou os planos de legalização das drogas na América Latina. Diante da iminente reforma na lei das drogas do Uruguai e diversos outros países ponderando esta possibilidade, o pontífice argentino demonstrou não ser a favor da mudança de postura dos governos em relação ao polêmico tema.
“É necessário resolver os problemas que estão na raiz do abuso de drogas, promovendo mais justiça, educando os jovens com os valores que da sociedade, dando suporte àqueles que enfrentam dificuldades e dando-lhes esperança para o futuro”, disse ele.
Apesar de o foco do presidente uruguaio Pepe Mujica ser o combate efetivo do tráfico e das organizações criminosas, o papa não percebe os benefícios da legalização. “Quantos são traficantes da morte que seguem a lógica do poder e do dinheiro a qualquer custo! O flagelo do tráfico de drogas, que favorece a violência e semeia as sementes do sofrimento e da morte, exige um ato de coragem da sociedade como um todo”, afirmou.
Especialistas que defendem uma nova regulamentação das drogas lamentam a posição do sacerdote. “Lamentavelmente, o papa se equivoca ao relacionar as políticas antiproibicionistas com uma ideia de liberou geral, de anarquia, quando é justamente o contrário”, disse a socióloga Julita Lemgruber, coordenadora do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania da Universidade Candido Mendes.
O antropólogo Luiz Eduardo Soares, ex-secretário nacional de Segurança Pública, afirma que, em sua crítica, Francisco não se refere às substâncias lícitas como o álcool e o tabaco, cujo consumo e dependência estão muito mais disseminados entre a população do que qualquer droga ilícita, causando males incomparáveis para a saúde pública e sociedade. “Se ele está convencido de que a proibição é necessária, teria, por uma questão lógica, de estendê-la ao álcool e ao tabaco. Será que o papa está disposto a arcar com o corolário da sua própria proposição?”, indagou.
Para a jurista aposentada Maria Lúcia Karam, presidente da LEAP Brasil, os Agentes da Lei Contra a Proibição, acredita que o papa irá reconhecer, mais cedo ou mais tarde, que os sofrimentos causados pela proibição são maiores que o consumo das drogas em si. “Essa política de guerra às drogas é inconciliável com os valores cristãos. Ela provoca violência, morte, está enchendo os cárceres do mundo todo. A legalização da produção, do comércio e do consumo de todas as drogas é fundamental para por fim a esses sofrimentos”, defende a ex-juíza.
Com informações da BBC e Folha de S. Paulo
Um comentário:
Que absurdo afirmar que vc entende de drogas mais que o Papa! ve se se enxerga.
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