Budapeste, 18 de julho de 2011
por Luiz Paulo Guanabara
São seis horas e pouco da manhã, dormi pouquíssimo. Aí no Brasil, passa da uma e apesar de haver gente acordada, a grande maioria já está dormindo. Aproveito então para invadir o seu sono com minhas histórias, trazer do fundo do inconsciente coletivo uma luz sobre a política de drogas vigente, nem que seja provocando em muitos o pesadelo da regulamentação das drogas atualmente proibidas ou a consciência de que a guerra às drogas fracassou e é preciso um novo sistema de controle – na verdade, um sistema que realmente controle, já que, do jeito que está, a produção e comércio das drogas ilícitas é monopólio do tráfico, que lucra rios de dinheiro todos os dias sem pagar um centavo de impostos. E compra com essa grana um número cada vez maior de armas e monta exércitos para proteger os imensos lucros que o governo, tal inocente útil, lhe ajuda a realizar. E quem paga o pato? Quem mais sofre com essa política hipócrita, ridícula e insana? O povo desprotegido, alienado, vítima de balas perdidas, traficantes, milícias e de toda uma violência artificialmente construída pela ignorância, hipocrisia e incompetência de políticos e governantes que - em quase sua totalidade - não entendem a verdadeira dimensão do “problema mundial das drogas” ou se aproveitam desse status quo para empunhar sua bandeira de moralidade em troca do voto fácil da população iludida.